A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) participou de uma entrevista onde comentou, entre outros temas, a participação do ex-ministro Sérgio Moro no governo Bolsonaro, quando chefiou a pasta do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo a parlamentar, em dado momento ela foi advertida a não “bater de frente com ministro do STF”.
Zambelli falava sobre a diferença de posicionamentos entre Moro e Bolsonaro, argumentando que, no caso do ex-ministro, ele teria sido omisso quanto aos excessos do poder Judiciário durante a gestão da pandemia no Brasil.
“Quando um cidadão foi preso no aeroporto, dentro do avião, porque questionou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), eu saí em defesa do cidadão e apresentei pedido de impeachment por abuso de autoridade contra aquele ministro”, afirmou Zambelli.
Na sequência, contudo, disse que foi advertida por Moro. “Fui chamada pelo então ministro Moro para dizer que eu não devia bater de frente com o ministro do STF, que essa não é a maneira de lidar com o STF”, relatou a deputada.
Na opinião da bolsonarista, o comportamento considerado passivo do ex-ministro em relação às decisões polêmicas do Judiciário será posto lado-a-lado ao de Bolsonaro pela população, o que deverá pesar contra ele durante a campanha eleitoral em 2022.
“Trazendo para essa realidade em que estamos agora, o Lula acabou de ser ‘descondenado’, porque ele não foi absolvido, foi descondenado, e essa foi mais uma condenação na qual o Moro deveria se posicionar, e aí mais uma vez ele não se posiciona”, observou Zambelli.
“Acho que, quando a gente pega o Lula de um lado, o Sérgio Moro de outro e o presidente Bolsonaro de outro, a forma como o presidente enfrenta as situações, como é muito criticado por defender a Justiça para as pessoas, quando o brasileiro vir quem é o presidente Bolsonaro, como ele se posiciona através das coisas e olhar para uma pessoa que coloca sua própria biografia acima dos interesses da população, o brasileiro vai perceber que o Bolsonaro é a melhor opção”, conclui Zambelli.
A deputada federal também apontou o que para ela são pontos frágeis na candidatura de Sérgio Moro junto à população que apoia o presidente Jair Bolsonaro, especificamente quanto às pautas conservadoras. Segundo Zambelli, o ex-ministro “é o típico ‘em cima do muro'”, como alguém que evita assumir posições claras sobre temas polêmicos.
“Ele é o típico ‘em cima do muro’, tem dificuldade de se posicionar. Ele foi contra o decreto de armas, e como é que agora ele está tentando conquistar os conservadores, que são pró-armas, ou pelo menos da legítima defesa? O conservador, se ele é de direita, ele defende legítima defesa, defende liberdades individuais, então, de direita, o Moro não é”, criticou.
