Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o novo presidente do Banco Central, Galípolo deu uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (19), a fim de comentar sobre a dispara do dólar frente ao real. Na ocasião, ele negou uma narrativa levantada pelos governistas para tentar justificar o aumento da moeda americana, que chegou a ultrapassar a casa dos R$ 6,20 esta semana.
Para os partidários do PT, aliados de Lula, a disparada do dólar seria fruto de especulações do mercado e também da divulgação de “fake news” sobre o Banco Central. Galípolo, contudo, negou tal hipótese.
“Eu sinto isso na conversa que tenho com o presidente Lula, com o ministro Fernando Haddad, um reconhecimento do diagnóstico, de que existe, sim, problemas fiscais a serem endereçados no país”, disse ele.
“Depois, que nenhum programa que vá ser anunciado será uma bala de prata, que vai dar conta de resolver. Esses programas devem ser uma demonstração de reconhecimento do problema e do diagnóstico, e passos na direção correta”, afirmou Galípolo sobre visão do governo em relação ao problema fiscal.
Com essa declaração, o futuro presidente do BC joga por terra a tentativa dos governistas de atribuir o colapso fiscal do país às especulações. Entre os economistas e investidores, em geral, o que existe é um temor sobre as consequências da falta de controle fiscal, gerando assim uma fuga de capitais do Brasil.
O negacionismo do problema fiscal, por parte do governo Lula, segundo os analistas, é um dos fatores que têm contribuído para o aumento do dólar. Com a fala de Galípolo nesta quinta, reconhecendo que o problema existe e que deve ser enfrentado com responsabilidade, espera-se que os ânimos dos mercados se acalmem, pelo menos por enquanto.
