Pupilo do ex-ministro Sérgio Moro, o general Santos Cruz comentou sobre como deve ser o comportamento dos comandantes das Forças Armadas em relação à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo a necessidade dos militares prestarem “honras” ao petista que já foi condenado pelo ex-juiz da Operação Lava Jato.
O comentário de Cruz foi durante uma entrevista ao ICL Notícias, nesta terça-feira (6/12). Na ocasião, ele falou dos rumores de que os comandantes estariam querendo antecipar a saída do comando do Exército, Marinha e Aeronáutica, a fim de não precisar prestar continências para Lula durante a sua posse.
“Comando exige responsabilidade de ponta a ponta”, disse Cruz, explicando que os comandantes, mesmo contra a vontade, deveriam cumprir o dever protocolar. “Você é nomeado e tem que exercer sua função, tem que lidar com seus espinhos”, afirmou.
“Tem que prestar honras regulamentais, não interessa para quem seja. Isso é funcional”, defendeu o general que este ano chegou a se filiar ao Podemos, mesmo partido de Moro, eleito senador pelo estado do Paraná.
Em novembro do ano passado, o ex-ministro rasgou elogios ao colega da reserva do Exército, afirmando se tratar de um “patriota”. Cruz é um dos militares que romperam com o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), passando a ser um crítico do capitão. Ele chegou a cogitar candidatura, mas acabou se desfiliando do Podemos.
“O General Santos Cruz assinou sua filiação ao Podemos hoje, em Brasília. Santos Cruz foi comandante das forças da ONU no Haiti e no Congo e Secretário Nacional de Segurança Pública. Santos Cruz é um patriota, vai engrandecer o partido e a política brasileira”, afirmou Moro na época.
O general, por fim, disse na entrevista de hoje que espera uma postura institucional dos atuais comandantes as Armas. “Espero que prevaleça o entendimento de que não é pessoal, não tem sentido fazer uma interpretação pessoal. Não se faz isso na vida militar, você vai com o ônus e o bônus disso”, concluiu.