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    Impedida de concorrer, opositora de Maduro rebate fala de Lula: ‘Você valida abusos’

    Impedida pela ditadura de Nicolás Maduro de concorrer as eleições presidenciais deste ano, a principal opositora do regime no país, Maria Corina Machado, reagiu à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva horas atrás, quando o petista minimizou as graves denúncias de abusos cometidos pelo chavista.

    Mais cedo, Lula foi questionado pela imprensa se acha que na Venezuela terá eleições justas esse ano, sendo lembrado que Corina foi declarada inelegível pela Suprema Corte da Venezuela, aparelhada por Maduro ao longo dos seus 11 anos consecutivos de governo.

    O petista, por sua vez, tratou com desdém a condição de Corina, insinuando que ela estaria reagindo de forma desproporcional. “Aqui, neste país, eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, que disputou as eleições”, disse ele.

    “Na Venezuela, tá marcada as eleições pro dia 28 de julho. Agora, a pergunta é se a eleição vai ser honesta ou não. Eu espero que as eleições as mais democráticas possíveis”, completou Lula.

    O petista ignorou o fato de que Maduro está no poder há mais de uma década, em um regime repleto de denúncias de abusos contra adversários e violação aos direitos humanos, sugerindo que é preciso haver mais uma eleição [leia-se: de fachada] para julgar se a disputa foi ou não democrática.

    “A gente não pode já jogar dúvida antes de as eleições acontecerem. Porque aí começa a ter discurso de prever que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente posse julgar se foi democrática, decente”, argumentou o petista.

    Corina reage

    Diante das declarações do presidente brasileiro, Corina Machado reagiu com indignação, acusando o petista de endossar os abusos de Maduro, do qual é aliado político. “Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece”, disse ela numa publicação feita nas redes sociais.

    “Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro.

    Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo”, completou Corina.

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