A médica Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, teve uma série de dados pessoais vazados após ter o seu sigilo telefônico e telemático quebrado por ordem dos senadores da CPI da Pandemia, após ela prestar depoimento na comissão no começo dos trabalhos.
Mesmo tendo prestado depoimento como convidada – e não como investigada – os senadores pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos da profissional, o que foi concedido. A partir de então eles passaram a ter acesso aos dados pessoais dela, como emails, ligações telefônicas, mensagens de aplicativos e outros.
O STF, no entanto, havia determinado que os dados fossem mantidos em sigilo absoluto, não podendo ser compartilhado fora do âmbito da CPI. No entanto, após os senadores entrarem em recesso, as informações privadas da ex-secretária, incluindo um documento de identidade, com número oficial de registro, foram vazadas e já circulam pela imprensa.
“O documento assinado pelo ministro Ricardo Lewandowski proíbe que qualquer e-mail ou documento sigiloso seja divulgado antes do término da CPI”, afirmou Mayra Pinheiro. “O que os senadores estão fazendo é divulgar e-mails privados, com dados pessoais. Isso é um crime! É descumprimento de uma medida cautelar que foi dada a mim enquanto depoente. Além disso, divulgaram informações falsas.”
Por se tratar de uma CPI que tem a prerrogativa de investigação, e anuência do STF, o vazamento dos dados pessoais de um depoente que nem mesmo estava sob investigação pode ser extremamente negativo para os senadores, sendo algo grave do ponto de vista judicial e também político.
Com este fato, segundo a revista Oeste, Mayra agora entrará com uma petição no STF contra a CPI da Covid. Além disso, é de chamar atenção o fato de que grande parte da mídia profissional não deu destaque à gravidade do vazamento, mas sim fez uso das informações para explorar o caso. Veja alguns exemplos no print abaixo:
Médica rebate senador do PT na CPI da Covid: ‘Me respeite, não sou mentirosa’
