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    Bolsonaro é indiciado por suposto esquema de espionagem na “Abin paralela”

    A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), criada em 1999 para coordenar ações de segurança do Estado, enfrenta históricos de desvios de finalidade. Durante governos petistas, relatórios do TCU já apontavam uso político do órgão.

    Contudo, a investigação atual revela um outro suposto esquema: entre 2019 e 2022, teria operado uma estrutura paralela dedicada a monitorar adversários políticos e interferir em investigações judiciais.

    Os Fatos: Em 17 de junho de 2025, a Polícia Federal (PF) encaminhou ao STF as conclusões do inquérito sobre a “Abin Paralela”. Foram formalmente indiciados:

    • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;

    • Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin e atual deputado federal;

    • Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador e filho do ex-presidente;

    • Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da Abin;

    • Mais 31 servidores e colaboradores.

    A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, identificou supostos cinco núcleos operacionais que supostamente utilizavam ilegalmente o sistema First Mile — software israelense adquirido em 2018 para rastrear criminosos via torres de telefonia. Segundo a PF, a ferramenta foi desviada para:

    1. Monitorar Opositores Políticos

    O núcleo ligado a Carlos Bolsonaro, com auxílio das assessoras Luciana Almeida e Priscilla Pereira, solicitava a Ramagem relatórios sobre:

    • Inquéritos sigilosos envolvendo a família Bolsonaro;

    • Investigações da PF-RJ contra rivais políticos do vereador;

    • Localização em tempo real de autoridades como o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e a ex-deputada Joice Hasselmann.

    2. Interferir em Investigações

    O núcleo de Alta Gestão, comandado por Ramagem, produzia “relatórios técnicos” para:

    • Beneficiar Renan Bolsonaro em processos na PF;

    • Elaborar defesas prévias para o senador Flávio Bolsonaro.

    3. Associar Autoridades ao Crime Organizado

    O grupo batizado de “Portaria 157” tentava vincular parlamentares e ministros do STF ao PCC, utilizando dados adulterados. O ex-diretor da Abin nega: “Jamais autorizei ou pratiquei atos ilícitos. Sou alvo de perseguição política”.

    4. Operar Ferramentas Ilegais

    Um servidor do núcleo “Tratamento Log” era responsável por inserir números de alvos não autorizados no First Mile.

    Repercussão e Defesas:

    Para juristas conservadores, o caso expõe riscos da politização de agências de inteligência, mas requer cautela. Como afirmou o constitucionalista Pierpaolo Bottini“Indiciamento não é condenação. É preciso aguardar o contraditório, evitando espetacularização midiática”. Ramagem reforçou: “Todas minhas ações na Abin seguiram protocolos legais e foram aprovadas pela CGU”.

    Conclusão:

    O inquérito chega ao STF em um momento crítico: as provas coletadas (incluindo mensagens e relatórios internos) podem redefinir os limites entre inteligência de Estado e abuso de poder.

    Enquanto a oposição fala em “crime contra a democracia”, aliados de Bolsonaro alertam para o que chamam de “lawfare judicial”. O desfecho dependerá da análise isenta das provas — um teste à maturidade institucional do Brasil. Com informações: Metrópoles.

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