Em uma movimentação que já começa a aquecer o cenário político para as eleições presidenciais de 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), confirmou que formará uma chapa única com o cantor sertanejo Gusttavo Lima para concorrer ao Palácio do Planalto.
A decisão sobre quem assumirá o posto de candidato a presidente e quem será o vice, no entanto, só será tomada no ano da eleição, com base nas pesquisas eleitorais. A revelação foi feita pelo próprio Caiado em entrevista ao jornal O Globo, na última semana.
Caiado, que completará dois mandatos como governador de Goiás em 2026, destacou que a parceria com Gusttavo Lima já está consolidada e que ambos iniciarão uma pré-campanha conjunta, percorrendo os estados brasileiros a partir do próximo ano. “Vamos sair juntos para disputar a Presidência.
Em 2026, vamos decidir [quem será presidente ou vice]. Dia 4 de abril, vou receber o título de cidadão baiano e vou lançar minha pré-candidatura. O Gusttavo Lima estará lá, e vamos juntos caminhar pelos estados. As decisões serão tomadas no decorrer da campanha. Mas uma decisão está tomada: nós andaremos juntos”, afirmou o governador.
Apesar da união já estar definida, ainda há incógnitas sobre a filiação partidária de Gusttavo Lima. O cantor, que atualmente não está filiado a nenhum partido, ainda não decidiu se ingressará no União Brasil, legenda de Caiado, ou se optará por outra sigla.
O governador, no entanto, minimizou a questão, afirmando que a parceria seguirá adiante independentemente da escolha do artista. “Sim, a parceria vai ocorrer independentemente do partido. Ele vai decidir no tempo dele, só no próximo ano”, explicou Caiado.
A articulação política em torno da chapa ganhou ainda mais força com a notícia de que uma reunião entre Caiado, Gusttavo Lima e líderes do União Brasil está marcada para a próxima semana.
O encontro também contará com a presença do empresário e coach Pablo Marçal, ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, que tem demonstrado interesse em participar das negociações. A inclusão de Marçal no diálogo sugere uma tentativa de ampliar a base de apoio da futura chapa, unindo diferentes setores da direita brasileira.
A “revelação espiritual”
A entrada de Gusttavo Lima no cenário político pegou muitos de surpresa, mas, segundo relatos de pessoas próximas ao cantor, a decisão teria surgido após uma profunda reflexão espiritual.
De acordo com apuração da colunista Malu Gaspar, do O Globo, o artista teria compartilhado com amigos que a ideia de concorrer à Presidência lhe veio como uma espécie de “missão divina”, após passar quatro dias internado em um hospital, em dezembro de 2023, para tratar uma infecção gastrointestinal.
Gusttavo Lima teria relatado que, durante a internação, sentiu-se inspirado a “fazer mais pelo povo”. Em conversas telefônicas com pelo menos quatro pessoas próximas, o cantor teria dito que a decisão foi tomada após uma “reflexão espiritual” e uma “conversa com Deus”. “Deus já foi muito generoso comigo, já me deu mais do que eu merecia, tenho que retribuir”, teria afirmado o sertanejo.
Contexto político e desafios
A possível candidatura de Caiado e Gusttavo Lima surge em um momento de reconfiguração do cenário político nacional, com a direita buscando se reorganizar após as polarizações dos últimos anos.
A parceria entre um político experiente, como Caiado, e uma figura popular, como Gusttavo Lima, pode representar uma estratégia para atrair tanto o eleitorado tradicional quanto aqueles que se identificam com o apelo midiático e carismático do cantor.
No entanto, a chapa enfrentará desafios significativos, como a necessidade de consolidar uma base partidária sólida e superar a desconfiança de setores mais conservadores em relação à falta de experiência política de Gusttavo Lima. Além disso, a definição tardia sobre quem assumirá o posto de candidato a presidente pode gerar incertezas entre os apoiadores.
Enquanto isso, a pré-campanha promete movimentar o cenário político a partir de 2024, com Caiado e Gusttavo Lima percorrendo o país para apresentar suas propostas e fortalecer a imagem da futura chapa. Resta saber se a união entre o político e o artista conseguirá conquistar o eleitorado brasileiro em 2026.
