O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, criticou a forma como a médica Nise Yamaguchi foi tratada nesta terça-feira (01) na CPI da Pandemia, quando foi acusada por alguns senadores de mentir, não ter conhecimento adequado e ter feito parte de um suposto “gabinete paralelo” no Ministério da Saúde, durante a gestão Pazuello.
“Hoje estava a Nise Yamaguchi, estudiosa no assunto [pandemia da covid-19]. Está sendo humilhada. Uma covardia”, disse ele, se referindo em seguida ao relator da Comissão, senador Renan Calheiros: “Um cara com 17 inquéritos, PHD em corrupção. Ficaram tentando fazer o quê? Olha que ridículo!”
Durante o depoimento, Yamaguchi chegou a dizer que estava se sentindo “agredida” por parte de alguns senadores. Inúmeras vezes ela nem mesmo conseguiu completar as suas respostas, pois era interrompida constantemente, tendo o seu raciocínio claramente prejudicado.
Apesar da situação vexatória protagonizada por alguns parlamentares, a médica que possui 40 anos de experiência de atuação na medicina, sendo reconhecida por seu trabalho dentro e fora do Brasil através de pesquisas, aulas e atendimento clínico, se manteve serena e educada durante todo depoimento.
“Ficaram batendo uma hora na Nise”, afirmou Bolsonaro para apoiadores. Quem também lamentou as cenas de hoje foi o senador Marcos Rogério, aliado do governo, que classificou o interrogatório como um dia “vergonhoso” que entrará para a história do Senado Federal.
“É vergonhoso o que vimos hoje na CPI da Pandemia com o depoimento de Nise Yamaguchi. Ela não era investigada. Não é acusada de corrupção. Pelo contrário, dedicou mais de 40 anos de sua vida para salvar vidas! Foi um dia triste para a história do Senado”, afirmou o senador.
‘Me sinto agredida e em um tribunal de exceção’, diz Nise Yamaguchi na CPI da Covid