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    PCO reage à decisão de Moraes, o chama de ‘inimigo jurado’ e convoca manifestações

    O Partido da Causa Operária (PCO) parece não ter se intimidado com a ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear os seus perfis nas redes sociais e a inclusão da sigla no inquérito das fake news.

    Moraes também determinou a intimação do presidente do partido, Rui Costa Pimenta, para prestar esclarecimentos na Polícia Federal, acerca de publicações feitas pelo PCO contra o STF, pedindo a “dissolução” da Corte, além de chamar o ministro Moraes de ditador e “skinhead de toga”.

    Assim que a decisão foi proferida, o PCO voltou a reforçar as suas críticas por meio das redes sociais, fazendo as mesmas afirmações de antes. E não só isso, também passou a convocar a militância do partido para manifestações contra o que classifica como “ditadura” do STF.

    Em nota, a Aliança da Juventude Revolucionária, braço do partido, disse que “repudia mais este ataque do STF contra o povo brasileiro, principalmente contra a esquerda”, alegando que “o próprio Alexandre de Moraes é um jurado inimigo da juventude, tendo presidido a repressão às ocupações estudantis de 2015 em São Paulo e sendo parte integral dos governos do PSDB.’

    “Chamamos todos a se manifestarem contra esse ataque. Hoje é o PCO, amanhã será toda a esquerda e depois todo o povo brasileiro. Abaixo a censura!”, completa a nota da AJR.

    O PCO, por sua vez, também emitiu uma nota, argumentando que as suas críticas ao STF, especificamente contra Moraes, se devem ao fato do ministro ter autorizado a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e do deputado federal Daniel Silveira, o que a sigla considera interferência no Legislativo.

    “Falar não atenta contra a democracia. O direito à palavra é o cerne de qualquer regime democrático. Falar, denunciar e se opor ao abuso de poder não é atentar contra a democracia, é a alma do Estado Democrático de Direito”, diz a nota.

    “O PCO tem denunciado sistematicamente o cerceamento das liberdades democráticas por parte do STF e do judiciário em geral (…). A direita bolsonarista bateu palmas enquanto o arbítrio se voltava apenas contra Lula e o PT. Agora prova o remédio amargo. Nós nunca aplaudimos este tribunal de exceção, defendemos tanto Lula quanto os bolsonaristas pelo mesmo motivo: o direito vale para todos, se violam o direito de um, violam o de todos”, acrescenta o documento.

    Outro lado

    Em sua decisão, Moraes considerou a existência de “declarações criminosas” por parte do PCO e sua liderança. O partido, destaque-se, afirmou em uma das suas publicações, sem apresentar provas, que o ministro estaria planejando “um golpe” nas eleições desse ano.

    “Efetivamente, o que se verifica é a existência de fortes indícios de que a infraestrutura partidária do PCO, partido político que recebe dinheiro público, tem sido indevida e reiteradamente utilizada com o objetivo de viabilizar e impulsionar a propagação das declarações criminosas, por meio dos perfis oficiais do próprio partido, divulgados em seu site na internet”, diz Moraes na decisão.

    “É necessário destacar que o Partido da Causa Operária, além das publicações no Twitter, utiliza sua estrutura para divulgar as mesmas ofensas nos mais diversos canais (Instagram, Facebook, Telegram, Youtube, Tik Tok), ampliando o alcance dos ataques ao Estado Democrático de Direito, de modo que atinjam o maior número possível de usuários nas redes sociais, que somadas, possuem quase 290 mil seguidores”, conclui o ministro.

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