O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça manifestou, em conversas com colegas da Corte e com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, apreensão quanto a eventuais reações de grupos evangélicos a determinadas ações judiciais.
A reação do ministro pode ser considerada um sinal de “racha” no Supremo quanto às decisões do ministro Alexandre de Moraes, consideradas pelos críticos como violações aos direitos humanos e garantias fundamentais.
De acordo com informações apuradas e divulgadas pela CNN Brasil, Mendonça teria alertado especificamente sobre os riscos de uma eventual investigação que envolvesse o nome do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
O ministro teria argumentado que parte significativa da comunidade evangélica já apresenta um distanciamento em relação ao STF. Mendonça avaliou que a abertura de inquéritos ou processos que tangenciem figuras de grande projeção nesse meio, como Malafaia, poderia intensificar o clima de tensão política e institucional.
A preocupação do ministro tem como pano de fundo investigações em curso no STF que apuram supostas tentativas de obstrução da Justiça e de coação contra instituições democráticas. O nome de Silas Malafaia tem sido citado informalmente no contexto desses apuramentos.
A relação entre ambos é de longa data. Silas Malafaia foi um dos principais apoiadores públicos da indicação de André Mendonça para o STF pelo então presidente Jair Bolsonaro. A nomeação foi concretizada em dezembro de 2021, após aprovação pelo Senado Federal. Malafaia é reconhecido por sua influência em segmentos evangélicos e por sua atuação no debate público nacional.