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    PhD em Economia diz que Maia deu um tiro no pé e objetivo foi lucrar com a pandemia

    O PhD em Economia e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Emanoel Barros, analisou o conflito entre o presidente Jair Bolsonaro e o deputado Rodrigo Maia, após críticas feitas pelo chefe do Executivo ao parlamentar.

    Segundo Barros, a condução de Maia sobre o Plano Mansueto – que trata sobre equilíbrio fiscal – seria um “tiro no pé”, e isto teria como objetivo “ganhar tempo com a pandemia para conseguir o máximo de dinheiro possível da Equipe Econômica”.

    O professor Emanoel Barros publicou sua análise em uma rede social, por onde tem feito observações frequentes do cenário político atual no país. Leia abaixo o texto completo de sua autoria:

    Por que a proposta do Rodrigo Maia é “um tiro no pé”?

    Todos ficam especulando o que acontecerá com as Contas Públicas no futuro, as que estão sendo usadas hoje para socorrer emergencialmente estados e municípios durante a pandemia do coronavírus. Qual o impacto que a liberação desses recursos tem (hoje) sobre sua vida futura?

    A lei econômica é clara: se o governo toma emprestado R$1 trilhão hoje, ele precisa reequilibrar esse valor amanhã (ou cortando gastos ou aumentando impostos).

    Mas a União não está cobrindo seus gastos, ela está repassando o valor adquirido aos estados e municípios, que reduzem o ICMS e o ISS para você, cidadão, ter alguma garantia de emprego. A proposta [Plano Mansueto] aprovada no Congresso propõe que o Governo Federal cubra todas as reduções de ICMS e ISS dos estados e municípios durante 6 meses, não importa quanto eles gastem.

    Agora imagine um país formado apenas por pessoas da mesma idade, que nasceram na mesma época. Uma redução nos impostos, aumentaria o poder de consumo de cada uma delas. Se elas tivessem comportamento racional, elas investiriam o excedente na poupança e (no período de aumento de impostos) haveria condições de manter o mesmo bem-estar. Ele não variaria.

    Contudo, as pessoas não têm esse comportamento racional. Viver do dinheiro do governo é viciante! As pessoas se tornam dependentes dele, querem sempre mais e transformam o Estado em “Salvador da Pátria”. Você não precisa trabalhar, o dinheiro simplesmente vem para sua mão e você age segundo a lei do menor esforço.

    Agora imagine esse efeito com 3 gerações convivendo simultaneamente: (1) jovens (estudantes), (2) adultos (força de trabalho) e (3) idosos (aposentados). A redução no ICMS aumentará o bem-estar do idoso (que despoupa recebendo aposentadoria e ainda se sente mais rico com a redução do ICMS e ISS).  O jovem ganha mais presentes dos seus pais e o adulto se sente aliviado durante 1 ano com a redução desses impostos, comprando mais bens de serviços e consumo.

    O problema é o período seguinte! O idoso faleceu no período anterior (aproveitou bastante a vida). O jovem virou adulto e começou a trabalhar. O antigo adulto virou idoso aposentado. Suponha também que o governo está proibido de reduzir salários de funcionários públicos e cortar despesas como auxílio-paletó, auxilio-moradia, 14º salário dos juízes, etc (o que acontece na prática). A única solução será aumentar impostos.

    O adulto (que antes era jovem) passa a pagar mais impostos e os velhos (que antes eram os adultos) terá uma aposentadoria menor. Só que quando o novo adulto percebe que a carga tributária aumentou (e ele se acostumou com um patamar de consumo maior, criado pela ilusão monetária) ele não aceita a redução no seu padrão de consumo.

    O novo idoso grita aos 4 ventos que 40% de sua aposentadoria só dá para custear os medicamentos. Isso mesmo, o tempo traz as dificuldades financeiras, os filhos (que serão os novos jovens) e as doenças, cada um com seus respectivos custos.

    Assim, analisando o mundo na perspectiva dessas 3 gerações, observamos que todos perderam em qualidade de vida com a redução do ICMS e do ISS. É nesse ponto que afirmamos que (os estados gastando nos moldes como o Dep. Rodrigo Maia sugeriu) vão fazer com que você perca a qualidade de vida futura, que estão sacrificando as gerações futuras). E tudo pela pandemia? Poupe-me! Não é por nada disso.

    A discussão do Presidente Jair Bolsonaro e o Dep. Rodrigo Maia hoje deixou claro, após a saída de Mandetta (que camuflava o propósito dos deputados) que o objetivo é (e sempre foi) ganhar tempo com a pandemia para conseguir o máximo de dinheiro possível da equipe econômica.

    Além disso, você ainda vai perder emprego (porque estamos numa crise e as empresas estão fechadas, e elas não sabem mais quem vai consumir seus produtos), o que equivale a dizer que viverás de esmola do governo na melhor época da tua vida. Tem certeza que vida e economia não são equivalentes? Você ainda vai continuar afirmando isso?

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