Ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, concedeu uma entrevista à colunista Carolina Brígido, do portal Uol, onde fez críticas ao “populismo” no Brasil e também à proposta que tramita na Câmara dos Deputados acerca da implementação do voto impresso nas eleições do Brasil.
“O voto eletrônico não decorre de uma veleidade tecnológica, nem foi desenvolvido a esmo. Pelo contrário, surge para suprir uma necessidade histórica, isto é, para dar fim a uma série de fraudes concretas que debilitavam diversos aspectos dos pleitos, da votação à totalização”, afirmou o ministro.
Aliados do governo, bem como o próprio presidente Jair Bolsonaro, defendem a implementação do voto impresso como um recurso a mais de segurança no processo eleitoral. A ideia do projeto é que cada eleitor possa confirmar o seu voto também no papel, antes de confirmar na urna eletrônica.
Uma vez impresso o voto, ele ficaria guardado em um dispositivo junto á urna, a fim de que possa ser usado para conferência se houver necessidade. Ou seja, o eleitor não leva o papel para casa. No caso de suspeita de fraude contra um candidato específico, por exemplo, o número de votos impressos seria comparado aos do eletrônico.
Para Fachin, no entanto, a medida não traria qualquer ganho: “A proposta em discussão [voto impresso auditável] carrega consigo uma gama substancial de desvantagens, sem oferecer, em contrapartida, qualquer ganho real, tendo em vista que o sistema eletrônico é plenamente confiável, além de auditável em cada um de seus aspectos”, disse ele.