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    ‘Precisamos ter uma governança global’, diz Lula em fala polêmica sobre o clima

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou com jornalistas em Doha, no Catar, na última quinta-feira, antes de o petista embarcar para Dubai, onde participará da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28). Na ocasião, ele defendeu uma “governança global” com poderes absolutos sobre o clima.

    Em sua fala, Lula defendeu que a possível governança global deverá ter poderes para decidir de forma autônoma questões de impacto global, independentemente dos governos nacionais. Isto é, mesmo que “internamente” o Congresso dos países não deliberem sobre essas questões.

    “Estamos propondo a criação de um fundo permanente. Para você manter o planeta habitável e todo mundo vivendo confortavelmente bem não é apenas dar ajuda para não desmatar. É fazer com que se mantenha assim para sempre e que se tente reflorestar aqueles lugares em que não se têm mais florestas”, iniciou o presidente.

    “No caso do Brasil, nós temos mais de 40 milhões de hectares de terras degradadas e que poderemos recuperar. Não apenas para plantar comida, mas para poder reflorestar com aquela madeira que a gente quiser”, completou.

    Na sequência, o petista disse que “precisamos ter uma governança global para ajudar a cuidar do planeta. Se você toma uma decisão qualquer em benefício do mundo e ela tiver de ser votada internamente pelo seu congresso nacional, significa que ninguém vai cumprir”.

    Ignorando o fato de que os parlamentos nacionais são formados como órgãos representativos do povo, e por isso decidem como reflexo da vontade da sociedade, Lula defendeu que, em questões climáticas, uma possível governança global tome as decisões por conta própria, como se elas fossem automaticamente frutos da vontade popular.

    “Até hoje, os Estados Unidos não cumpriram o protocolo de Kyoto. O Acordo de Paris não foi cumprido em quase lugar nenhum do mundo. Se os governantes democratas querem continuar sendo acreditados pelo povo, é preciso que a gente comece a fazer as coisas que as pessoas estão achando que nós devemos fazer”, disse ele, segundo o Correio Braziliense.

    O senador Magno Malta reagiu à fala do petista, dizendo que a visão de Lula reflete o desejo pelo poder, sem que as decisões de determinado grupo passem pelo crivo da vontade popular, representada pelo Congressso.

    “A fome de poder de alguns desconhece qualquer barreira. Vejam essa fala de Lula durante sua última viagem internacional, onde ele diz ser preciso existir uma governança global, para que ele e seus amigos possam tomar decisões mais rápidas e sem nenhum contrapeso. O mais curioso é ele dizer que isso é o que o povo espera, mas a ideia é justamente excluir os representantes diretos do povo das decisões”, criticou o senador.

    “Por que devemos acreditar que essas pessoas querem o bem do povo? São os ‘iluminados’, os poucos seres humanos de alma boa no planeta Terra que querem só o nosso bem. O sonho de todo ditador é que o poder legislativo desapareça, para que ele faça tudo sozinho, do jeito que bem entender”, completou Magno Malta. Assista:

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