Em Lisboa, Portugal, onde esteve na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, fez declarações preocupantes sobre as eleições no Brasil, acusando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de ter atuado com parcialidade.
Ou seja, para Mourão, a Justiça Eleitoral teria favorecido um dos candidatos à Presidência da República. Além disso, o general da reserva do Exército Brasileiro disse que a palavra do TSE, sozinha, não é suficiente para encerrar o assunto no que diz respeito à lisura do pleito.
“Não basta, pura e simplesmente, respostas lacônicas do nosso Tribunal Superior Eleitoral no sentido de contestar eventuais, vamos dizer assim, denúncias ou argumentações sobre o processo (de votação). Nó teremos que evoluir nisso aí. Acredito que o Tribunal Eleitoral foi parcial nesse jogo”, afirmou o vice-presidente.
Eleito para o Senado Federal pelo Rio Grande do Sul, o militar defendeu a legitimidade dos protestos que tomaram conta do país desde o dia 31 de outubro, e defendeu a necessidade de maior transparência no sistema eleitoral brasileiro.
“Há, no Brasil, uma parcela da nossa sociedade que considera que o processo (eleitoral) tem problemas. E eu, de minha parte, vejo que precisamos ter que dar mais transparência nesse processo”, destacou, negando que os manifestantes no Brasil estariam defendendo um “golpe”, como alega parte da imprensa.
“Isso é uma coisa que vocês da imprensa estão colocando, isso é manifestação de gente no Brasil. É uma questão interna nossa, de gente que não se conformou com o processo (eleitoral) e considera que esse processo está viciado”, ressaltou.
Os manifestantes, de acordo com vice-presidente, “estão num processo de, vamos dizer assim, catarse coletiva. Eu posso colocar dessa forma, no sentido de aceitar algo que eles consideram que não foi correto”, conclui o general, segundo o Correio Braziliense.