O ministro da Defesa, José Múcio, reafirmou, em pronunciamento esta semana, a posição do governo brasileiro de defesa da soberania nacional e da paz, em meio a um cenário de tensões geopolíticas na América do Sul. A declaração foi feita após uma reunião de avaliação estratégica no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Múcio destacou o monitoramento contínuo das fronteiras do país, classificando-as como “áreas de cooperação e não de conflito”. “Estamos preocupados com a nossa fronteira, para que não transformem a nossa fronteira em uma trincheira. O Brasil é um país pacífico”, afirmou.
“Nossa vigilância é permanente, mas nossa postura é de diálogo. O Brasil não permitirá que seu território seja utilizado como palco de disputas alheias”, declarou o ministro à imprensa, ao sair do encontro.
O presidente Lula, em conversa com jornalistas no mesmo dia, ecoou a fala do ministro. “Nosso país não tem e não busca inimigos. Nossa vocação é para a mediação e para a construção de pontes, jamais para o conflito”, afirmou Lula.
As declarações ocorrem em um contexto de aumento de atividades militares estrangeiras na região, incluindo recentes exercícios navais conduzidos por uma potência extracontinental na costa atlântica. O governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, emitiu um comunicado no domingo (7) qualificando esses exercícios como “provocação à estabilidade regional”.
O Itamaraty, por sua vez, emitiu uma nota oficial na qual reitera seu “compromisso com os princípios de não-intervenção e autodeterminação dos povos”, conclamando “todas as partes ao exercício da moderação e ao diálogo diplomático”.
Analistas consultados pela reportagem apontam que a postura brasileira busca um equilíbrio delicado: demonstrar capacidade de defesa sem adotar uma retórica belicista, mantendo-se como um ator neutro e confiável em um cenário internacional polarizado.