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    Ex-Lava Jato que defende a prisão de Bolsonaro já articula candidatura com Moro

    Ex-integrantes a força-tarefa da Lava Jato estão aproveitando a fama que obtiveram durante o auge da operação para se lançar no mundo político. Após o anúncio esta semana de que Deltan Dallagnol renunciou ao seu cargo no Ministério Público Federal, visando 2022, foi a vez do agora ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima também se revelar como potencial candidato.

    Segundo informações do jornalista Guilherme Amado, Carlos Fernando “está em conversas avançadas com Sergio Moro e o Podemos, partido a que o ex-juiz se filiará, para entrar para a política e se candidatar em 2022.”

    Se confirmada a informação, o Podemos teria Moro, Dallagnol, Carlos e possivelmente o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot – que também avaliar se candidatar -, como candidatos em 2022, formando assim uma espécie de ‘partido’ da Lava Jato. Isto, claro, sem contar com eventuais surpresas, como o anúncio de mais candidaturas de ex-membros da força-tarefa.

    Carlos Fernando, por sua vez, já possui uma visão bem definida sobre o atual presidente Jair Bolsonaro. Já tendo feito várias críticas ao governo desde o início da atual gestão, na mais recente o ex-procurador chegou a defender a prisão do chefe do Executivo, segundo ele, pela suposta prática de “rachadinha” na época em que Bolsonaro ainda era deputado federal.

    “Como não acredito que poderosos sejam punidos no Brasil, vai ser dado um jeito de não se punir Jair Bolsonaro. Mas acredito que ele mereceria ser preso efetivamente”, afirmou Carlos Fernando em uma entrevista para o portal UOL. Na ocasião, o ex-Lava Jato também defendeu o relatório da CPI da Pandemia, afirmando se tratar de um documento “consistente”.

    “Até me surpreendi por algumas revelações que aconteceram na CPI, em relação a determinados fatos. Acho que o relatório é consistente e acho que há muita perfumaria, que dificilmente configuraria crime na Justiça, como charlatanismo”, disse o ex-procurador.

    O ingresso de ex-membros da Lava Jato no mundo político pode ser visto com entusiasmo por alguns, mas também há um grande número de pessoas que enxerga essa movimentação como um erro, visto que endossa a principal linha de argumentação da defesa dos alvos da operação, como o ex-presidente Lula, que diz ter sido vítima de perseguição política.

    Em outras palavras, os críticos da Lava Jato apontam a entrada de Moro e Dallagnol na política, e possivelmente no mesmo partido (Podemos), como uma confirmação de que eles teriam agido por interesses políticos durante os trabalhos na força-tarefa, argumento esse que termina sendo reforçado com a presença de Carlos Fernando.

    Todos os ex-membros da Lava Jato, contudo, negam essas acusações e dizem que se pautaram estritamente pela lei, argumentando inclusive que suas ações foram chanceladas por diferentes instâncias judiciais, algo que, em tese, teria servido para filtrar quaisquer irregularidades motivadas por interesses políticos.

    Outro argumento também muito utilizado por Dallagnol e Moro, é o fato da força-tarefa ter recuperado bilhões de reais do esquema conhecido como “Petrolão”. Para eles, a comprovação de que houve desvios bilionários, materializados na movimentação do próprio dinheiro, é suficiente para atestar a credibilidade da Lava Jato.

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