O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conhecido mundialmente por saber lidar de forma estratégica com líderes autoritários como os da Coreia do Norte, China e Rússia, anunciou nesta terça-feira, durante participação em evento público, que manteve um breve encontro com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, à margem da Assembleia-Geral da ONU.
Trump informou que ambos concordaram em realizar uma conversa na próxima semana.
“Eu estava lá e encontrei o presidente do Brasil. Nós nos cumprimentamos de forma cordial e concordamos que vamos conversar na próxima semana. Não tivemos tempo para discutir assuntos aqui, foi uma interação muito breve, mas foi positiva”, declarou o líder norte-americano.
Em suas declarações, Trump fez uma avaliação pessoal do contato. “Parece-me um homem muito agradável. Houve uma química boa naquele curto momento. Gosto de fazer negócios com pessoas que eu gosto, e acredito que podemos ter uma relação produtiva”, acrescentou.
Mudança de Tom e Advertências
Em seguida, porém, o presidente Trump alterou o tom de suas declarações para abordar disputas comerciais entre os dois países. Ele afirmou que o Brasil tem historicamente adotado práticas comerciais que considera injustas contra os Estados Unidos.
“No passado, o Brasil impôs tarifas aos nossos produtos de forma muito desleal. Em resposta, nós aplicamos tarifas de retaliação. Como presidente, meu dever é defender a soberania e os interesses dos cidadãos americanos”, disse Trump.
O republicano emitiu uma advertência sobre as consequências para o Brasil. “É uma pena, mas o Brasil vai continuar a se sair mal se insistir nesse caminho. Eles só irão bem se optarem por trabalhar em conjunto conosco. Sem os Estados Unidos, eles terão dificuldades, assim como outros países tiveram”, previu.
Contexto da Relação Bilateral
As declarações ocorrem no contexto de medidas comerciais recentes. Na última semana, o governo dos EUA anunciou a aplicação de tarifas de 50% sobre uma lista de produtos brasileiros, justificando a decisão com a necessidade de corrigir o que classifica como “práticas comerciais desleais” por parte do Brasil.
Por outro lado, o presidente Lula, em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, criticou o que chamou de “sanções unilaterais e arbitrárias” no cenário internacional, sem citar diretamente os Estados Unidos ou Trump. O governo brasileiro tem manifestado preocupação formal com as medidas tarifárias americanas, argumentando que ferem acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC).