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    Dallagnol ataca o STF: “Não prioriza o julgamento dos corruptos poderosos”

    O ex-coordenador nacional da extinta operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, usou as suas redes sociais nesta quinta-feira (10) para fazer uma série de publicações atacando o Supremo Tribunal Federal (STF), especificamente os ministros da Corte, devido às decisões dos últimos anos que terminaram beneficiando investigados por corrupção.

    Entre os citados estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Aécio Neves e o ex-deputado federal Eduardo Cunha. Veja abaixo a íntegra da publicação feita por Dallagnol:

    “Estas eleições serão marcadas pela participação de acusados ou condenados beneficiados pela leniência do STF nos casos de corrupção: Aécio Neves, Eduardo Cunha, Beto Richa, Lula, Ricardo Coutinho e outros. Nesta semana, Gim Argello entrou na lista.

    “Pela Lei da Ficha Limpa, pessoas condenadas por órgãos colegiados por certos crimes, como corrupção e lavagem, são inelegíveis. O STF, contudo, demora para julgar corruptos e vem anulando várias condenações em 2ª instância (colegiada) na LJ, afastando a Ficha Limpa.

    “1º exemplo: há réus acusados por corrupção e lavagem perante o STF, mas que contam com a demora do tribunal, que não prioriza o julgamento dos corruptos poderosos. É o caso de Aécio Neves, que foi acusado por receber e lavar propinas da JBS e Odebrecht.

    “2º exemplo: a ‘regra do tapetão’ do STF (explico abaixo) anulou nesta semana a condenação em 2ª instância do ex-senador Gim Argello (PTB) a 11 anos de prisão por corrupção e lavagem. Como outros políticos beneficiados por decisões idênticas, deve se candidatar.

    “Anulações no tapetão: até 2018, a corrupção política, quando parte da propina era investida nas campanhas (caixa 2), era julgada pela Justiça Federal, enquanto o crime de caixa 2 ia para a Justiça Eleitoral. Em março de 2019, o STF mudou a regra do jogo e aplicou para o passado.

    “De fato, em 2019, o STF, por 6×5, entendeu que nesses casos os crimes de corrupção e caixa 2 devem ser julgados juntos pela Justiça Eleitoral. O STF mudou a regra do jogo e aplicou para o passado, anulando casos que haviam seguido a regra do jogo que valia anteriormente.

    “Resultado: a Lava Jato, o Mensalão Mineiro, a Operação Calvário e outros grandes casos de corrupção tinham seguido a regra do jogo, mas quando o STF mudou a regra e permitiu a aplicação da nova regra para o passado, passaram a ser anulados, um após o outro.

    “A ‘regra do tapetão’ do STF já derrubou as condenações por corrupção nos casos Pasadena, Integração (Beto Richa), Mensalão Mineiro (Eduardo Azeredo), parte da Operação Calvário (Ricardo Coutinho) e as condenações de Eduardo Cunha, Vaccari, Palocci e Gim Argello.

    “A ‘regra do tapetão’ pode derrubar TODA a Lava Jato. Com a anulação e a demora do STF, políticos contra os quais pesam fortes provas de corrupção seguirão no poder ou voltarão à cena política. A mensagem do STF é de que o Brasil não é um país sério. Isso precisa mudar”, disse ele.

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