O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou por unanimidade na segunda-feira (02/08) a abertura de um inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a fim de investigá-lo por fazer críticas à segurança das urnas eletrônicas no Brasil.
A intenção é determinar se o chefe do Executivo praticou crime pela disseminação de supostas fake news ao utilizar o poder do seu cargo enquanto presidente do país. O TSE também aprovou um pedido para que o presidente seja investigado no inquérito das fake news que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o pedido, o inquérito deverá apurar possíveis crimes de corrupção, fraude, condutas vedadas, propaganda extemporânea, abuso de poder político e econômico durante as falas do presidente contra a segurança das urnas.
Líder da oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon destacou que se ficar provado que Bolsonaro cometeu algum crime, ele poderá ficar até inelegível para a disputa presidencial em 2022.
“Dependendo das conclusões da investigação aberta pelo TSE, Bolsonaro pode se tornar inelegível. A Justiça Eleitoral acaba de dar o primeiro passo. Bolsonaro, a sua hora de responder pelos ataques à democracia está chegando”, afirmou o deputado em sua rede social.
Aliados do governo, no entanto, enxergam na reação do TSE, presidido atualmente pelo ministro Luis Roberto Barroso, uma tentativa de intimidação e vingança pelas críticas que Bolsonaro vem fazendo a ele desde o ano passado. O ministro tem sido um grande opositor da implementação do voto impresso auditável no Brasil.
Nesta terça-feira, falando para apoiadores no Alvorada, Bolsonaro comentou o pedido de inquérito do TSE dizendo que não aceitará intimidações e que a palavra de Barroso “não vale nada”. Na ocasião, o presidente voltou a criticar o ministro por sua resistência ao voto impresso e chegou a falar em dar um “último recado” em um ato que poderá ocorrer na Avenida Paulista, em São Paulo.
“Último recado”, diz Bolsonaro ao sugerir reação contra opositores do voto impresso