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21 Agosto, 2025
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    Apenas 3 navios dos EUA possuem mais poder de fogo do que toda a Marinha venezuelana

    A decisão do governo dos Estados Unidos de posicionar três destróieres da Marinha próximo ao litoral da Venezuela representa uma escalada significativa na pressão militar sobre o governo do presidente Nicolás Maduro. A ação é vista por analistas como uma demonstração de força calculada, embora suas intenções específicas permaneçam não declaradas oficialmente.

    Os navios identificados são o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson, todos da classe Arleigh Burke, geração 2A. Cada embarcação é equipada com o sistema de combate Aegis, projetado para defesa antiaérea e antimísseis.

    A capacidade ofensiva combinada dos três navios é considerável, podendo carregar até 96 mísseis cada, com destaque para o míssil de cruzeiro Tomahawk, uma arma de precisão de longo alcance utilizada pelos EUA em conflitos desde a Guerra do Golfo, em 1991.

    Em termos de poder de fogo bruto, a capacidade de uma salva conjunta dos três destróieres — potencialmente até 288 mísseis — supera a de toda a Marinha da Venezuela. Para contextualizar, a campanha de “choque e pavor” contra o Iraque, em 2003, iniciou-se com o lançamento de aproximadamente 40 mísseis Tomahawk.

    Especialistas em defesa, citando publicações como o “The Military Balance 2025” do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres, apontam que a Marinha Venezuelana, embora numericamente e tecnologicamente inferior, possui sistemas de defesa costeira que representam uma ameaça teórica. A frota surface da Venezuela é composta principalmente por duas fragatas antiquadas, equipadas com mísseis franco-italianos Otomat de médio alcance (180 km).

    O principal elemento de incógnita, no entanto, reside em sistemas mais modernos adquiridos recentemente. Relatos de inteligência, ainda não confirmados oficialmente, indicam que a Venezuela realizou aquisições do Irã, incluindo mísseis antinavio costeiros chineses CM-90 (90 km de alcance) e C-802A (180 km de alcance). A quantidade e o estado operacional destes sistemas são desconhecidos.

    A doutrina militar venezuelana, formada durante o governo de Hugo Chávez (1999-2013) em um contexto de altos preços do petróleo, priorizou a aquisição de sistemas de defesa aérea e de projeção de força.

    Seu arsenal inclui sistemas considerados robustos para a região, como 12 lançadores do sistema de defesa aérea de longo alcance russo S-300 e 53 sistemas de médio alcance Buk e Petchora. A Força Aérea opera caças multifuncionais russos Sukhoi Su-30.

    Contudo, analistas apontam que a grave crise econômica que assola o país há anos comprometeu severamente a manutenção deste arsenal. Estima-se que não mais do que metade dos 21 caças Su-30 estejam em condições de voo. A marinha, além de pequena, enfrenta dificuldades similares de manutenção.

    Em resposta à movimentação norte-americana, o presidente Maduro anunciou a mobilização da Milícia Nacional Bolivariana, uma força de reserva voluntária que ele afirma contar com 220 mil membros. Militarmente, however, analistas avaliam que tal força, equipada principalmente com armas leves, teria impacto limitado em um confronto convencional contra uma potência como os EUA. O efetivo total das Forças Armadas regulares da Venezuela é de aproximadamente 123 mil militares.

    O contexto histórico recente inclui ameaças públicas do ex-presidente norte-americano Donald Trump contra líderes estrangeiros, como a ordem para o drone strike que eliminou o general iraniano Qassem Soleimani em 2020. Esse precedente levanta questões sobre possíveis cenários de ação direta.

    A conclusão geral entre observadores é que qualquer emprego de força por parte da Venezuela contra os navios norte-americanos provavelmente eliciaria uma resposta esmagadora e desproporcional por parte dos EUA, cuja superioridade militar convencional e nuclear é incontestável. A movimentação naval é, portanto, amplamente interpretada como um gesto de dissuasão e pressão política máxima.

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