Uma denúncia divulgada hoje em Nova York (EUA) e noticiada pelo governo americano, acusa dois cidadãos iranianos de envolvimento em uma campanha cibernética para intimidar e influenciar eleitores, a fim de impactar a eleição presidencial realizada em 2020 no país, onde a principal disputa pela Casa Branca ocorreu entre Donald Trump e Joe Biden.
De acordo com documentos judiciais, Seyyed Mohammad Hosein Musa Kazemi, de 24 anos, e Sajjad Kashian, de 27, ambos do Irã, obtiveram informações confidenciais de eleitores dos EUA em pelo menos um site de eleições estaduais.
Eles são acusados de intrusão de computador, intimidação de eleitores e crimes de ameaça interestadual, por sua suposta participação em uma campanha multifacetada que visou influenciar e interferir nas eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado.
Os iranianos teriam ainda tentado acessar, sem autorização, os sistemas de computador de várias entidades e estados da mídia on-line dos Estados Unidos. Segundo informações do site oficial do governo americano, isso teria ocorrido por volta de agosto de 2020 até novembro de 2020.
“Esta acusação detalha como dois atores residentes no Irã travaram uma campanha coordenada e direcionada para erodir a confiança na integridade do sistema eleitoral dos EUA e semear a discórdia entre os americanos”, disse o procurador-geral assistente Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça .
“As alegações ilustram como as campanhas estrangeiras de desinformação operam e buscam influenciar o público americano. O Departamento está empenhado em expor e interromper os esforços de influência estrangeira maligna usando todas as ferramentas disponíveis, incluindo acusações criminais”, destacou.
“Como alegado, Kazemi e Kashian faziam parte de uma conspiração coordenada na qual hackers iranianos procuravam minar a fé e a confiança na eleição presidencial dos EUA”, disse o procurador dos EUA Damian Williams, para o Distrito Sul de Nova York.
“Trabalhando com outros, Kazemi e Kashian acessaram as informações dos eleitores de pelo menos um banco de dados de eleitores do estado, ameaçaram os eleitores dos EUA por e-mail e até mesmo disseminaram um vídeo fictício que pretendia retratar atores fabricando cédulas no exterior”, explicou Damian.
“Os Estados Unidos nunca irão tolerar as tentativas de qualquer ator estrangeiro de minar nossas eleições livres e democráticas. Como resultado das acusações abertas hoje e dos esforços simultâneos de nossos parceiros do governo dos EUA, Kazemi e Kashian olharão para sempre por cima dos ombros enquanto nos esforçamos para levá-los à justiça”, completou.
“O FBI continua empenhado em combater a atividade cibernética maliciosa que visa minar o nosso processo democrático”, disse o diretor assistente Bryan Vorndran, da Divisão de Cibernética do FBI.
“Trabalhando rapidamente com nosso setor privado e parceiros do governo dos EUA e antes da eleição, fomos capazes de interromper e mitigar essa atividade maliciosa – e então permitir as operações conjuntas e sequenciadas de hoje contra o adversário. O anúncio de hoje mostra o que podemos realizar como comunidade e como país quando trabalhamos juntos, e o FBI continuará a fazer sua parte para manter nossa democracia segura”, concluiu Bryan.
