As investigações sobre o atentado sofrido pelo então candidato Jair Bolsonaro à Presidência da República, em 2018, ainda não terminaram. Mais do que isso, os agentes da Polícia Federal, agora, também trabalham com a hipótese de ligação do responsável pela facada, Adélio Bispo, com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC.
Segundo informações do jornalista Rodrigo Rangel, a Polícia Federal “voltou a considerar, a partir da reabertura das investigações sobre a facada contra Jair Bolsonaro”, a possibilidade de ligação o autor do atentado à organização criminosa, considerada a maior do Brasil.
“Fontes a par da nova etapa da investigação disseram à coluna, sob reserva, que a hipótese de ligação de Adélio com o PCC voltou a ser considerada a partir de registros localizados no telefone celular de um dos advogados do agressor de Bolsonaro”, informou o jornalista.
A atual linha de investigação só está sendo possível, graças a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o TRF-1, que autorizou a realização da quebra de sigilo dos celulares dos advogados de Adélio, algo que havia sido negado após uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil.
Além disso, houve também a troca de comando da PF no ano passado. O delegado Rodrigo Morais Fernandes, responsável pelas investigações até então, deixou o cargo, indo passar uma temporada de dois anos em Nova York a serviço do governo. Sob o seu comando, os agentes haviam concluído que Adélio teria agido sozinho no atentado contra Bolsonaro.
Bolsonaro, por sua vez, não se deu por satisfeito com a conclusão dos relatórios apontando que Adélio Bispo seria um lobo solitário. A linha de investigação atual, portando, com base em informações supostamente novas, vai ao encontro das especulações levantadas pelo presidente.
“Em ao menos um desses registros, um dos advogados liga o nome de Adélio ao PCC. Não se sabe exatamente em que contexto nem está claro se poderia se tratar de um chiste”, disse Rangel. O jornalista destacou ainda que logo no início das investigações, também houve essa suspeita.
Isso, porque “um dos advogados da equipe que se apresentou para defender Adélio também atende integrantes da facção criminosa”, disse o jornalista.