Com a intenção de se candidatar ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, concedeu uma entrevista na manhã desta sexta-feira, onde comentou sobre a sua expectativa em relação ao cenário político paulista. Na ocasião, o economista criticou o ministro Tarcísio de Freitas, mas disse que apoiará a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
“Você veja os ataques que eu sofri ontem… Estão falando agora que eu defendo o Lula, que eu vou votar no Lula. É uma loucura isso. Um completo contrassenso”, disse ele, passando a atacar o Partido Liberal, atual sigla do presidente Jair Bolsonaro. Weintraub é abertamente um crítico da aproximação do governo com o chamado “centrão”.
“Começaram justamente no dia que o [governador] Rodrigo Garcia estava recebendo apoio do PL no Estado de São Paulo, PL que é o partido do presidente [Bolsonaro] e do Centrão, do Waldemar da Costa Neto. Existe uma articulação”, afirmou o ex-ministro.
“Esse dinheiro que foi disponibilizado, com o fundão eleitoral de R$ 4 bilhões, irrigou muito os cofres dos partidos para eles conseguirem montar uma base que segue uma agenda. Não considero o Rodrigo Garcia de direita. Ele é ligado ao Geraldo Alckmin, ao Gilberto Kassab, ele é vice de… é ligada a gente que é a pior… uma das piores coisas que tem na política. E o Tarcísio… pergunta para ele se ele é de direita. Ele vai falar que não”, completou.
Weintraub lembrou que Tarcísio “trabalhou com a Dilma [Rousseff] e com o Lula, como indicado. Ele acabou de privatizar o porto de Santos por 70 anos para a China, a China controlada pelo governo chinês, não um grupo de empresários. Para mim, ele não é de direita”, declarou o ex-minstro.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, ao comentar a sua atuação nos governos passados, já disse que o seu trabalho foi por motivos estritamente profissional e não por alinhamento político-ideológico.
O ex-ministro da Educação, contudo, lamentou o apoio do presidente Bolsonaro à candidatura de Tarcísio para o governo de São Paulo. Quanto a essa disputa, Weintraub será oposição ao governo.
Aliados do presidente, por outro lado, enxergam na indicação de Bolsonaro para o governo paulista uma decisão estratégica do Executivo, visando uma candidatura de um nome que possui grandes chances de vitória, o qual será aliado do Planalto em caso de reeleição do presidente.
“Infelizmente o governo Bolsonaro permitiu a entrada do Centrão”, criticou Weintraub. “O Centrão se apossou e tirou a alma do governo. A proposta que a gente tinha era para enfrentar esse mecanismo que está aí. Não vejo que a gente está disputando o mesmo espaço. Eu vejo o oposto, a preocupação da gente ocupar um espaço natural que hoje não está atendido.”