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20 Agosto, 2025
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    Defesa fica em alerta após EUA cancelarem evento militar com o Brasil

    O Ministério da Defesa do Brasil identificou um afastamento progressivo nas relações militares com os Estados Unidos, culminando no cancelamento de um exercício aéreo conjunto e na incerteza sobre a participação norte-americana na principal operação naval do país.

    O movimento ocorre em um contexto de crescentes atritos diplomáticos e econômicos entre os governos de Brasília e Washington.

    Conforme comunicado oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) na última quarta-feira (26), os Estados Unidos decidiram suspender sua participação no exercício de treinamento “Cope South”, que seria realizado em conjunto com a FAB no final de julho.

    O evento, focado em operações de busca e salvamento e intercâmbio de táticas, é uma tradição de longa data entre as duas forças.

    O distanciamento estende-se também à Operação Formosa, exercício naval de grande porte coordenado anualmente pela Marinha do Brasil. De acordo com fontes da pasta da Defesa consultadas pela reportagem, o comando da Marinha ainda não recebeu qualquer confirmação ou resposta formal dos Estados Unidos a um convite já enviado para a edição de 2025 da operação.

    No ano anterior, a operação mobilizou aproximadamente 2 mil militares e mais de cem veículos navais e aéreos.

    O histórico de colaboração na Operação Formosa inclui um evento incomum em 2023, quando fuzileiros navais dos Estados Unidos e da República Popular da China participaram do mesmo exercício, lado a lado. Para a edição deste ano, fontes do governo afirmam que a China já comunicou que não enviará representantes.

    A ausência simultânea das duas potências marcaria uma mudança significativa no perfil internacional do exercício.

    Analistas de relações internacionais vinculam o esfriamento na cooperação militar a uma sequência de eventos que começaram com declarações públicas do presidente norte-americano, Donald Trump, em fevereiro.

    Na ocasião, Trump criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Supremo Tribunal Federal (STF), classificando investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.

    Em março, a tensão escalou para medidas concretas. O governo dos EUa impôs sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, congelando quaisquer ativos que possua em jurisdição norte-americana e cassando vistos de magistrados e outros brasileiros. No campo econômico, a administração Trump elevou em 50% as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio brasileiros.

    Paralelamente, autoridades do Itamaraty reportam dificuldades em estabelecer canais de diálogo direto com suas contrapartes em Washington, descritos como “pouco receptivos”.

    Setores do Palácio do Planalto avaliam que, diante das sanções, seria contraditório e inadequado conduzir treinamentos militares conjuntos com os Estados Unidos. Oficiais da Marinha, em conversas reservadas, também avaliam que o distanciamento de Washington pode estar relacionado ao recente aprofundamento dos laços de defesa entre Brasil e China.

    Além da participação chinesa em exercícios passados, o Ministério da Defesa designou recentemente um oficial-general de alta patente para atuar como adido na embaixada brasileira em Pequim, um movimento interpretado como um passo para intensificar a cooperação militar bilateral.

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