A presença do general da ativa Eduardo Pazuello em um ato de apoio ao governo no último domingo, no Rio de Janeiro (23), provocou reações entre os militares, fazendo com que o Exército Brasileiro instaurasse a abertura de um inquérito preliminar para apurar se o ex-ministro da Saúde cometeu ou não alguma infração disciplinar.
Isso porque, como general da ativa, Pazuello e os demais militares são proibidos de participar de eventos de natureza política. O próprio ex-ministro já teria admitido o erro e ligado para o comandante do Exército, general Paulo Sérgio, se colocando à disposição de possíveis sansões, segundo informações do vice-presidente e também general, Hamilton Mourão.
Entretanto, segundo informações do Correio Braziliense, o presidente Jair Bolsonaro ligou para o ministro da Defesa, general Braga Netto, proibindo que a Defesa e o Exército manifestem qualquer comentário acerca de Pazuello. A ligação teria ocorrido após rumores de que a Força emitiria uma nota ainda na segunda-feira (24).
A decisão do presidente parte do entendimento de que, como Chefe Supremo das Forças Armadas (Art. 142 da C.F), Bolsonaro possui o poder de agir neste sentido, inclusive de reverter possíveis punições contra Pazuello. Isso foi indicado inclusive pela ministra do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth Rocha, segundo o UOL.
Maria Rocha afirmou, contudo, que para não criar uma situação mais problemática entre o Executivo e a Defesa, o melhor para Pazuello seria ir para a reserva, a fim de que o ex-ministro possa se manifestar politicamente livremente.
“Sem dúvida alguma ele [Pazuello] colocou em xeque a disciplina do Exército, porque ele se posicionou publicamente, sem estar autorizado, em assuntos de natureza político-partidária, quando ele subiu naquele carro e defendeu o governo”, disse ela.
“Pazuello já entrou em contato com o comandante colocando a cabeça dele no cutelo”