O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma entrevista à jornalista Daniela Pinheiro, onde conversou sobre diversos pontos relacionados ao cenário político e jurídico brasileiro, diretamente de Lisboa, Portugal, onde pretende morar após a sua aposentadoria.
Um dos pontos tratados indiretamente por Mendes foi o indulto presidencial oferecido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). O magistrado, contudo, não entrou em detalhes sobre o mérito da questão, se reservando apenas a dizer que a Corte “precisa se reunir”.
“Não é o momento de se comentar isso. A Corte precisa se reunir, precisa estar junta, porque essa votação de quarta-feira já foi muito difícil”, disse Gilmar Mendes ao ser questionado sobre o que achava do decreto presidencial.
Conforme a Tribuna de Brasília já havia pontuado, ministros do STF teriam feito uma espécie de pacto de silêncio sobre o tema, a fim de não acirrar a crise institucional, segundo informações da CNN Brasil. A avaliação nos bastidores, agora, é de que qualquer reação inflamada poderá favorecer o discurso do presidente.
Pinheiro também questionou sobre a possibilidade de “golpe” no país, mas sem especificar a sua origem, dando apenas a entender, devido ao contexto enviesado da entrevista, que ele viria por parte do presidente da República. Gilmar Mendes, por sua vez, rechaçou essa possibilidade.
“Não, não vai [ter golpe]”, disse o ministro. “Eu aposto na resistência das instituições. Acho que é um processo. Nesse momento, o Bolsonaro está muito debilitado, o viés ficou muito debilitado”, destacou. “Bolsonaro chegou com o apoio das bancadas temáticas e, com risco de impeachment, fez a viagem rumo ao Centrão. Esse pessoal não embarca em aventuras.”