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    “É uma bomba”: veja como autoridades avaliam efeito de áudio de Cid vazado na mídia

    A noite da quinta-feira (21) teve o mundo político abalado pelo vazamento de um áudio em que o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Messias Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal para fazer declarações que corroborassem com uma “narrativa pronta” contrária ao ex-presidente.

    Os áudios revelados pela revista Veja são taxativos, sem margem para interpretação dúbia, uma vez que Cid, em um suposto desabafo com um amigo, é categórico ao fazer, por exemplo, a seguinte declaração a respeito do seu depoimento na Polícia Federal:

    “Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É só isso que eles queriam (…). Eu vou dizer o que eu senti: já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar, e eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem“.

    Sobre o ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel também frisou que ele já teria “a sentença dele pronta, acho que essa que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo“.

    Reações

    Após a divulgação do áudio vazado, várias autoridades passaram a emitir opiniões sobre as implicações do vazamento, com algumas afirmando que isso seria suficiente para colocar em xeque a credibilidade da Polícia Federal e até do Supremo Tribunal Federal.

    “Mauro Cid destrói a credibilidade da sua delação e do trabalho da PF e do STF no caso contra Bolsonaro”, comentou o ex-procurador da República e ex-coordenador nacional da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol.

    O deputado federal Marcel van Hattem chamou de “bomba” o vazamento, enquanto o seu colega de Parlamento Carlos Jordy fez uma cobrança aos veículos de comunicação do país: “Até quando a imprensa vai ficar fingindo que não estamos numa ditadura?”.

    Gustavo Gayer, também deputado federal, disse que “os áudios vazados do Mauro Cid destroem completamente todas as alegações feitas por Alexandre de Moraes, PF e imprensa”. O parlamentar disse acreditar que “Cid tem sido praticamente torturado psicologicamente para mentir e acusar Bolsonaro de alguma coisa para que possam prendê-lo”.

    O também deputado federal Marco Feliciano, disse que “estes áudios do Coronel Cid que foram vazados, caem como uma bomba nas narrativas criadas por alguns e reproduzidas maciçamente pela imprensa”.

    Já o advogado e assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse que após o vazamento dos áudios o seu telefone “derreteu” de tantas chamadas. “Ao longo da semana a própria imprensa já vinha retratando uma possível discrepância entre o que o Cid falava versus o que estava no papel. Isso é gravíssimo”, comentou ele.

    “Se for uma estratégia da defesa dele, vazando áudios como forma de declaração em OFF/ON não creio que tenha sido oportuna. De todo modo, a defesa do Presidente tomará as devidas providências ao longo do dia”, frisou Wajngarten.

    O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também se pronunciou, afirmando que a fala de Cid precisará ser esclarecida. “Vimos com gravidade o que as falas acusam”, disse ele, segundo O Globo. “Representamos ao STF para que ele esclareça, já que somos levianamente acusados. Ninguém acusará a PF e o STF dessa forma, e ficará incólume”.

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