Em decisão que fundamentou a operação da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18/7), o ministro Alexandre de Moraes (STF) apontou que o “ápice das condutas ilícitas” do ex-presidente teve início com uma publicação do ex-mandatário americano Donald Trump.
O documento destaca que as ações de Bolsonaro e de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, intensificaram-se após “declarações do Presidente dos Estados Unidos atentatórias à soberania nacional e à independência do Poder Judiciário“. Eduardo, radicado nos EUA desde março, é citado por articular sanções contra autoridades brasileiras.
O post determinante
A manifestação referida por Moraes ocorreu em 7 de julho, imediatamente antes do anúncio do “tarifaço” americano contra o Brasil. Na publicação, Trump qualificou as ações judiciais contra Bolsonaro no STF como “caça às bruxas“, afirmando que o país praticava algo “terrível” contra o ex-presidente.
Articulação de sanções e consequências
A decisão judicial ressalta que, em resposta às declarações de Trump, Eduardo Bolsonaro explicitou a “possibilidade iminente de sanções contra o Estado Brasileiro” por “suposta perseguição política“. O ministro também vinculou Jair Bolsonaro à estratégia, ao mencionar publicação no Instagram onde o ex-presidente “demonstrou interferência no aumento tarifário norte-americano“.
Medidas restritivas
Como resultado:
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Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica
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Está proibido de acessar redes sociais
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Foi vedado de comunicar-se com Eduardo Bolsonaro
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Não pode aproximar-se de embaixadas
As diligências ocorreram na residência do ex-presidente em Brasília e na sede do Partido Liberal (PL).