O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, saiu em defesa do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, que depôs na CPI da Pandemia na terça-feira (21), ocasião em que se envolveu em um bate-boca com os senadores oposicionistas após chamar a senadora Simone Tebet de “descontrolada”.
Segundo Mourão, a reação de Rosário se deu após ele próprio ter se sentido ofendido durante o depoimento. “É aquela história: o cara lá não estava submetido a um interrogatório. Tem uns que têm mais paciência para aguentar, vamos dizer, os desaforos que são ditos ali, e tem outros que não têm”, explicou o general.
“Então, o Wagner aguentou até um determinado ponto e, em outros pontos, acabou dando uma aloprada. Eu acho perfeitamente normal uma pessoa reagir”, apontou a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (22).
Wagner Rosário foi convocado para a CPI para apresentar mais informações sobre a negociação de compra da vacina indiana Covaxin, a qual não chegou a ser concretizada, mas se tornou alvo de suspeitas de um esquema de superfaturamento entre a fabricante e o governo.
O vice-presidente disse conhecer “bem” o ministro, dando a entender que ele não teria cometido ilegalidades e que a sua reação em resposta aos senadores, portanto, ocorreu por não aguentar o “deboche” desferido contra ele durante o depoimento.
“A pessoa tem que ter muito sangue frio para poder aguentar o deboche que muitas vezes é colocado ali (na CPI da Covid), né? Ainda mais que eu conheço bem o Wagner. O Wagner é uma pessoa séria”, afirmou Mourão, ressaltando ainda que os parlamentares muitas vezes acabam, eles mesmos, ofendendo os depoentes.
“Lamentavelmente alguns dos senadores procuram, dentro das suas perguntas, em vez de perguntarem objetivamente, acabam ofendendo a pessoa que está lá ou fazendo uma volta ao mundo”, concluiu o general.