Senador eleito no primeiro turno das eleições este ano, o general Hamilton Mourão alfinetou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, ao comentar indiretamente a decisão que proibiu o andamento de dois inquéritos para investigar o trabalho dos institutos de pesquisas durante o primeiro turno das eleições 2022.
“Quem não deve, não teme! Se os institutos de pesquisa são realmente isentos e técnicos, por que não podem ter seus processos e resultados auditados?”, questionou o vice-presidente da República, agora eleito senador.
Em sua decisão contra o inquérito aberto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Polícia Fedearl, Moraes alegou que os procedimentos “parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral” do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Moraes, a investigação poderia caracterizar desvio de finalidade. O ministro ainda disse que ambos os órgãos não teriam possuem competência para realizar essas investigações.
Por meio das redes sociais, o delegado da Polícia Federal, agora deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, também criticou a decisão de Moraes.
“Res. 23.640/21-TSE do próprio Min. Alexandre de Moraes permite à PF abrir inquérito eleitoral de ofício (pela própria polícia). São evidentes os erros das pesquisas a influenciar ilicitamente o eleitorado. Mais um atropelo da legalidade, com concentração inconstitucional de poder”, criticou o delegado.
Quem não deve, não teme!
Se os institutos de pesquisa são realmente isentos e técnicos, por que não podem ter seus processos e resultados auditados?— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) October 14, 2022