O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, concedeu uma longa entrevista onde falou sobre a nota de repúdio publicada pelas Forças Armadas em conjunto com o Ministério da Defesa, contra o senador Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia.
O militar defendeu a necessidade de reação da Defesa perante o “ataque” à honra dos militares, segundo o comandante, feito pelo senador. “Nós sabemos que a nota foi dura, como nós achamos que devia ser”, disse ele, explicando em seguida que a iniciativa significa um alerta às instituições do país.
“É um alerta às instituições. A defesa é das instituições, como falamos no final. Cada instituição do país tem a obrigação de se preocupar com a democracia e o respeito às instituições. E nós, instituição militar, não abriremos mão disso”, afirmou o comandante.
“A nota foi voltada pessoalmente a ele [Omar Aziz], não foi um agravo à CPI ou ao Poder Legislativo. Mas uma resposta aos ataques à instituição militar. Foi resposta ao presidente da CPI, porque ele colocou isso de uma forma que nos parece generalizada”, explicou o militar ao se referir à fala do senador sobre supostos casos de corrupção envolvendo integrantes das Forças Armadas.
“E esta observação dele ontem (anteontem) já se repetiu em algumas outras oportunidades, particularmente em relação ao general (Eduardo) Pazuello (ex-ministro da Saúde), ao Elcio (Franco, ex-secretário executivo da Saúde)”, destacou Batista.
O comandante também colocou em dúvida os verdadeiros interesses dos senadores que lideram a CPI da Pandemia. “A CPI acontece para levantar os fatos e as possíveis responsabilidades, mas a gente precisa saber que é um inquérito, é uma fase investigativa. Aquilo lá é investigação? O povo tem de responder”, disse ele ao O Globo.