A indicação do ex-ministro André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) continua “travada”, apesar de já ter sido feita pelo presidente Jair Bolsonaro há mais de três meses. Segundo o chefe do Executivo, o motivo da resistência ao nome do jurista e pastor evangélico, se deve à “independência dele” e “talvez pela sua religiosidade”.
“É muito importante uma vaga para o Supremo Tribunal Federal. Queria que as pessoas que estão contra o André falassem que estão contra por algum motivo. Não têm [motivo]. Estão contra pela independência dele. Talvez pela sua religiosidade, talvez por que o voto dele não seja o que eles gostariam que fosse”, afirmou Bolsonaro durante entrevista.
Para avançar, a indicação de Mendonça precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, a qual é presidida pelo senador Davi Alcolumbre. No entanto, o parlamentar vem se recusando a pautar a sessão de perguntas para o jurista.
Segundo informações já divulgadas pelo jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, Alcolumbre estaria tentando garantir votos contrários à indicação de Mendonça, mostrando a colegas mensagens do jurista em apoio à operação Lava Jato. Bolsonaro, por sua vez, também criticou a postura do senador.
“Está dando para quatro meses que não entra na pauta para a sabatina. O que está acontecendo? O presidente da Comissão de Constituição e Justiça não é simpático a esse nome. E como ele não é simpático a esse nome, ele quer outro nome. Agora, eu não tenho como fugir do nome do André”, afirmou o presidente, dizendo que a sua indicação também faz parte de um compromisso feito com a comunidade evangélica.
Bolsonaro disse ainda que acreditar se tratar de um problema relacionado ao seu próprio nome, visto que se for reeleito em 2022 poderá indicar mais dois ministros para o STF já em 2023.
“O grande problema disso tudo sou eu. Não é o André. Sou eu. Se eu for reeleito, vou botar mais dois com o perfil parecido com o [do] André. Não quer dizer que [o perfil] seja evangélico. O compromisso com evangélico eu estou pagando agora e me sinto muito bem”, concluiu. As declarações do presidente foram dadas durante entrevista para o Jornal da Cidade Online.