Membros do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ingressaram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo ao ministro Alexandre de Moraes que determine a quebra de sigilos da deputada federal Carla Zambelli e do pastor e empresário Silas Malafaia.
Os deputados Sâmia Bomfim (SP), Vivi Reis (PA), Fernanda Melchionna (RS), Ivan Valente (SP), Áurea Carolina (MG), Glauber Braga (RJ), Luiza Erundina (SP) e Talíria Petrone (RJ) alegam que, em gravações recentes, a deputada e o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo teriam incitado a ruptura institucional.
A solicitação é para que eles sejam incluídos nas investigações que apuram a existência de supostas “milícias digitais”. Moraes é relator da investigação que trata desse assunto. O pedido é para que sejam quebrados os sigilos telefônico e de mensagens.
“Trata-se de reiteradas ações antidemocráticas e criminosas, possivelmente articuladas e coordenadas nacionalmente, visando a instabilidade social e política no país e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e para um golpe de Estado, como se verifica dos fatos pregressos dos acusados e de figuras à eles ligados por atos e intenções”, diz um trecho da petição.
O principal material apontado contra Zambelli é um vídeo gravado por ela, onde a deputada questiona os generais da Alta Cúpula das Forças Armadas sobre a postura que terão diante de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito no último dia 30 de outubro para o cargo de presidente da República.
“Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?”, questiona a deputada.
O pastor Malafaia, por sua vez, também gravou um vídeo com duras críticas ao ministro Moraes, afirmando que Bolsonaro poderá convocar os militares para arrumar a “bagunça” no Brasil. O líder religioso é uma das vozes mais influentes sobre a população evangélica nacional.
“Presidente Bolsonaro, como o senhor vai passar para a história? Omisso? Covarde? Ou como alguém que usa o seu poder legal”, questiona Malafaia na gravação.