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    Após operação contra militares, Clube Militar baixa o tom e emite nota: ‘Apreensão’

    Famoso por emitir notas em agrado aos aliados do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, o Clube Militar, dessa vez, emitiu um novo documento, mas em um tom muito mais ameno no tocante aos eventuais riscos à democracia, após militares serem alvos da operação Tempus Veritatis, deflagrada após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na semana passada.

    Entre os militares alvos da operação estão os ex-ministros militares de Bolsonaro Walter Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI) e os ex-comandantes das Forças Armadas Paulo Sérgio Nogueira (Exército) e Almir Garnier Santos (Marinha), além de mais 13 integrantes das Forças, alocados na ativa e na reserva.

    “Em um momento em que nossa sociedade enfrenta perigosa polarização, surge a preocupação com antagonismos entre diferentes setores. Observamos, com apreensão, a exposição de distintos chefes militares, associados a atos que supostamente atentaram o Estado Democrático de Direito – algo que, cumpre registrar, consideradas
    as suas trajetórias de vida, avaliamos ser pouco sustentável”, diz um trecho da nota.

    Em outra parte do documento, o Clube Militar, composto por militares da reserva do Exército, Marinha e Aeronáutica, nega que tenha em algum momento endossado posições radicais, por exemplo, que pediam ação armada contra entes da República.

    “Àqueles que nos demandam posições extremadas, reiteramos que não promoveremos o dissenso no seio das Forças Armadas, objetivo permanente daqueles que não comungam de nossos ideais, valores e amor à Pátria, ignorando o nosso juramento de defendê-la, se necessário, com o sacrifício de nossas próprias vidas”, diz o documento.

    Os militares do Clube também afirmam que são contrários à eventuais “aventuras desestabilizadoras”, dando a entender que não concordarão com algum tipo de reação militar que possa colocar em xeque a estabilidade política do país.

    “Que todos, sem exceção, cumpram seus deveres de acordo com o previsto na
    Constituição, sem casuísmos, visando restaurar a paz, harmonia e coexistência da
    diversidade de opiniões em nossa sociedade”, diz o documento.

    “Isso é essencial para o progresso do nosso País e para prevenir aventuras desestabilizadoras em todos os espectros políticos e sociais”, conclui a nota, publicada na última sexta-feira, dia 16, a poucos dias de uma grande manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o dia 25, na Avenida Paulista.

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