Pouco tempo após se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro no dia 9 desse mês, quando ajudou na divulgação de uma “Carta à Nação”, o ex-presidente Michel Temer concedeu agora uma entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura, onde endossou as últimas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2022.
Segundo Temer, “tudo indica que boa parte dos votos irão para o Lula”, algo que se vier a ser confirmado nas urnas em 2022, deverá ser aceito sem discussão. “Acho que essa é uma decisão do povo. É o povo quem tem que decidir”, argumentou o ex-presidente ao ser indagado por jornalistas.
“Por exemplo: se for se basear na pesquisa atual, tudo indica que boa parte dos votos irão para o Lula, não é? Eu não teria nenhuma objeção… Se o povo decidir que é o Lula, tá decidido e morreu o assunto”, respondeu Michel Temer, endossando a credibilidade das pesquisas atuais, feitas por institutos como o Datafolha e o PoderData.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, não acreditam que as pesquisas de intenção de voto para 2022 sejam dignas de confiança. Eles se baseiam na realidade “das ruas” para apontar o que alegam ser uma clara discrepância entre os resultados desses levantamentos em comparação ao que foi visto, por exemplo, nos atos do dia 7 de setembro e outros, como as “motociatas”.
Ainda durante a entrevista, Temer também elogiou Bolsonaro por sua atual postura em relação ao conflito entre os poderes da República. Segundo o ex-presidente, a versão ‘paz e amor’ do líder do Executivo seria fruto do encontro feito com ele no dia 9 desse mês.
“[Eu acho que o saldo do encontro] foi positivo, porque, nos dias seguintes, em uma reunião que ele fez, em uma solenidade, ele produziu uma frase muito significativa: ‘legislativo, executivo e judiciário formam um corpo só, governam juntos’. Então foi um passo estupendo. Mesmo na entrevista à ‘Veja’, ele amenizou muito a situação”, afirmou.