Considerado por muitos o filho mais próximo do presidente Jair Bolsonaro, Carlos fez uma publicação indicando que o chefe do Executivo parece estar sob muita tensão emocional diante dos atuais acontecimentos no Brasil, algo que tem prejudicado as suas noites de sono.
“Estive com meu pai nos últimos dois dias! Inclusive dormimos no mesmo quarto, ou melhor, não dormimos. E digo que sei interpretar grande parte de seu comportamento. Papel de filho e amigo. Estarei sempre aqui”, escreveu Carlos em seu perfil no Telegram.
A publicação de Carlos reforça a suspeita de que o silêncio de Bolsonaro desde o fim das eleições, em 30 de outubro, se deve aos potenciais desdobramentos no país diante da sua contestação do resultado eleitoral, algo materializado pelo relatório da auditoria privada apresentado pelo seu partido, o PL, na semana passada.
Diante da recusa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de aceitar os argumentos do PL para, no mínimo, investigar as denúncias de supostas irregularidades nas urnas, assim como da não abertura, em caráter de urgência, de uma comissão de investigação, também conforme o sugerido pelo relatório das Forças Armadas, apoiadores do governo acreditam que Bolsonaro ainda poderá tomar alguma decisão no sentido de não aceitar passar a faixa presidencial.
Somado a relatos como esse de Carlos Bolsonaro, apoiadores do presidente têm enxergado em declarações recentes de outros, como do vice-presidente Hamilton Mourão e do general Braga Netto, indícios de que há, de fato, um impasse quanto à transição governamental.
Em nota divulgada dias atrás, Mourão, que também é general da reserva do Exército, afirmou que “vive-se hoje, nacionalmente, uma polêmica justificada em função da questão da confiabilidade das urnas eletrônicas e das ações contundentes e exacerbadas do TSE.”
“O recente recurso do PL, protocolado mais de 20 dias depois da proclamação oficial dos resultados das eleições, não dá ao TSE o direito de rejeitá-lo peremptoriamente e extrapolar, mais uma vez, por intermédio de multa absurda e inclusão dos demandantes do inquérito notadamente ilegal”, declarou.
“Hoje, rumamos para um precipício”, desatacou o vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul. “Assim, é chegada a hora da direita conservadora se organizar para combater a esquerda revolucionária.”