Segundo informações do jornalista Teles Faria, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, teria recebido do presidente Jair Bolsonaro a ordem para não participar da equipe de transição governamental, o que, consequentemente, também envolve o nome dos comandantes das Forças Armadas.
“A equipe de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou os integrantes do subgrupo de Defesa por um motivo muito simples: falta interlocutor”, diz o jornalista, que cita a suposta ordem de Bolsonaro, a seguir:
“O presidente Jair Bolsonaro proibiu os comandantes militares de tratarem com interlocutores do Lula sobre transição e nomes para substituí-los.” Isso, segundo Faria, teria sido o “recado” enviado aos membros da equipe de transição de Lula.
“Este o recado que aliados de Lula com acesso à caserna passaram à equipe de transição”, destaca o jornalista em sua coluna no UOL. Na prática, uma vez que o ministro da Defesa ocupa um cargo civil, o esperado é que ele integre a transição como os demais líderes de ministério.
É possível cogitar, contudo, que uma vez em que a Defesa pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criação de uma comissão especial para investigar as supostas “inconsistências” apontadas pela equipe de técnicos militares que realizou a fiscalização das eleições, nas urnas, a pasta ainda esteja aguardando algum posicionamento da corte a esse respeito.
Isso, em tese, explicaria o motivo do ministro da Defesa não estar participando da transição. É como se, da parte dos militares, este processo estivesse em suspensão, muito embora o TSE, na figura do ministro Alexandre de Moraes, já tenha se manifestado dando a entender que nenhuma solicitação dos militares será atendida neste momento.
Segundo Faria, se a situação se mantiver assim, o vice de Lula, Geraldo Alckmin, irá convocar publicamente o ministro da Defesa para uma conversa. Esta seria uma forma de pressionar a pasta e o comando, politicamente e institucionalmente.