Os rumos econômicos que o Partido dos Trabalhadores tem pretendido dar ao Brasil, através da PEC da Gastança, como vem sendo chamada a PEC da transição que prevê um rombo de quase R$ 200 bilhões no teto de gastos, é algo “simplesmente insustentável”, segundo o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central entre 1983 e 1985.
A avaliação de Pastore com com relação à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição, entregue ontem (16/11) ao Congresso Nacional pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
“O dólar não disparou porque o mercado é louco”, diz Pastore, segundo o Metrópoles. “Ele subiu porque não há como ser responsável em termos fiscais com um buraco de quase R$ 200 bilhões, segundo as estimativas oficiais, no teto de gastos.”
O economista, que foi professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), conclui fazendo um alerta aos congressistas, dizendo que se a PEC da Gastança for aprovada no Parlamento, a dívida pública brasileira sairá completamente do controle.
“Ela não vai colocar o Brasil em uma rota de crescimento”, afirma Pastore. “Ela põe o país a caminho de um tremendo risco inflacionário. Além do mais, a dívida pública cresceria de forma insustentável.”
Lula, por sua vez, não parece estar tão preocupado com essa possibilidade, pois nesta quinta-feira (17) ele voltou a defender a ruptura do teto fiscal, dizendo que a reação dos mercados seria fruto de mera especulação.
“Você tenta desmontar tudo aquilo que é do social, mas não mexe um centavo do sistema financeiro”, disse ele em um discurso no Egito. “Ah, mas se eu falar isso vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar? Paciência!”, afirmou o petista. Para saber mais, clique aqui.