Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta terça-feira (15 de julho de 2025), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) manifestou crítica às recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e rejeitou comentários do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre o processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho em um caso aqui que é interno nosso”, declarou Mourão, referindo-se a menções de Trump ao caso de Bolsonaro. “Há uma injustiça em curso contra o presidente Bolsonaro? Há uma injustiça em curso. Mas compete a nós, brasileiros, resolvermos isso”, acrescentou o parlamentar.
A posição de Mourão contrasta com a avaliação de políticos alinhados a Bolsonaro e da própria família do ex-presidente. Na semana anterior, especificamente na quarta-feira (9 de julho), Bolsonaro havia defendido o anúncio de Trump, vinculando a taxação ao “afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre”.
A medida comercial anunciada por Trump foi formalizada em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na mesma data (9/7). Na comunicação, Trump justificou a imposição das tarifas de 50% sobre determinados produtos brasileiros citando a situação processual de Bolsonaro e o que classificou como uma “relação comercial muito injusta” entre os dois países.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, reagiu à fala do seu ex-vice-presidente. “Acho lamentável a declaração dele”, afirmou o capitão reformado do Exército Brasileiro.
Apoiadores de Bolsonaro, durante o período do seu governo, foram muito críticos do vice-presidente, com alguns o classificando como “covarde” e figura de desconfiança no governo, dado ao tom moderado do general diante de questões polêmicas, incluindo a lisura do processo eleitoral.