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    Tarcísio critica o fracasso de Lula na segurança pública: “Ofereceu o quê?”

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que as administrações do Partido dos Trabalhadores “não apresentaram nada nesse tempo todo” de governo para enfrentar o crime organizado. Em declaração a jornalistas após evento no governo paulista, questionou: “Vão apresentar agora? Claro que não”. O governador acrescentou que “eles têm uma incapacidade de lidar com esse tema e de outros temas. Olha a situação fiscal no Brasil”.

    As declarações ocorrem em contexto de pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (12), que apontou interrupção na tendência de alta da aprovação do governo federal. A administração Lula manteve estabilidade em relação a outubro, com 47% de aprovação e 50% de desaprovação. Segundo análise do instituto, a interrupção na melhoria dos índices relaciona-se com a maior visibilidade de problemas na segurança pública, especialmente após operação policial no Rio de Janeiro. O tema retornou ao topo das preocupações dos brasileiros.

    Ao ser questionado sobre os números da pesquisa, Tarcísio avaliou que o país poderia estar em situação melhor tanto econômica quanto na segurança. “E aí tem uma situação que eclodiu, que é a da segurança pública, e o cidadão fala: eu não aguento mais. E a turma está aí há tanto tempo e ofereceu o quê? É o esgotamento de um modelo. A sociedade está dizendo que não dá, precisa de outro caminho”, afirmou.

    Na mesma pesquisa de intenção de voto para 2026, o presidente Lula mantém liderança em cenários de primeiro e segundo turnos, porém com redução nas vantagens. Em simulação de segundo turno contra Tarcísio, Lula registra 41% contra 36% do governador – diferença que diminuiu de 12 para 5 pontos percentuais em um mês.

    Questionado sobre seu desempenho nas pesquisas eleitorais, Tarcísio evitou comentários diretos, afirmando que “não está pensando nisso”. O governador conta com apoio de principais lideranças do Centrão para eventual candidatura em 2026, grupo que demonstra resistência em apoiar membros da família Bolsonaro.

    Embora declare focar em São Paulo, Tarcísio tem mantido agenda de reuniões com empresários, investidores e dirigentes políticos para discutir cenário nacional e a eleição de 2026. Atua também na articulação de propostas legislativas, acompanhando as negociações do secretário de Segurança e deputado federal, Guilherme Derrite (PP), por mudanças na legislação de combate a facções criminosas.

    Derrite licenciou-se do cargo para relatar o projeto de lei antifacção do governo federal. Desde sua designação como relator na última sexta-feira, já apresentou quatro versões de relatório e enfrenta críticas pela falta de discussão na elaboração da proposta. O deputado desgastou-se com o governo federal, bolsonaristas e parte da bancada da segurança pública.

    Sobre a atuação de Derrite, Tarcísio defendeu o adiamento da votação do projeto, contrariando a preferência do deputado pela celeridade. “É um tema complexo, que tem que ser cuidado com cautela, com a calma necessária”, disse o governador. “O adiamento é bem-vindo porque não pode submeter um texto ao plenário do Parlamento sem ter o consenso, sem estar perfeitamente construído, sem que os parlamentares estejam confortáveis”.

    Tarcísio defendeu ainda que o texto seja negociado previamente com senadores para facilitar a tramitação. Mediante críticas e pressão de parlamentares, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou a votação para a próxima semana.

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