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    Segundo jornal, presidente do BC teria mostrado a Lula mensagens de Moraes no ‘zap’

    O Banco Central confirmou oficialmente, nesta terça-feira, 23 de dezembro de 2025, que manteve reuniões com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em comunicado, a autoridade monetária afirmou que os encontros tiveram como objetivo “tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky” e não se pronunciou sobre o caso do Banco Master.

    A confirmação ocorre em um contexto de intensa especulação em Brasília sobre a natureza dos contatos entre o magistrado e o presidente do BC, André Galípolo. Rumores que circulam há pelo menos dois meses sugeriam que as conversas poderiam estar relacionadas à situação do Banco Master, instituição financeira atualmente em liquidação extrajudicial decretada pelo BC em 18 de novembro.

    Contexto dos Rumores e Contrato com Esposa do Ministro

    Os boatos ganharam força após a divulgação, pela jornalista Malu Gaspar, de um contrato entre o Banco Master e o escritório de advocacia da esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes. O acordo previa, segundo as reportagens, honorários de R$ 3,6 milhões mensais por 36 meses, totalizando aproximadamente R$ 129 milhões. O conteúdo integral do contrato e quais serviços foram efetivamente prestados não foram divulgados publicamente, nem contestados pelas partes envolvidas.

    Versões não oficiais, ouvidas pelo Poder360 junto a banqueiros e outras fontes, chegaram a mencionar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria tomado conhecimento de múltiplos contatos entre Moraes e o presidente do BC em um curto período. A narrativa sugeria que as ligações teriam ocorrido próximo ao momento em que o BC avaliava vetar a venda do Master ao banco estatal BRB – veto que foi efetivamente concretizado em 3 de setembro.

    Ainda segundo o Poder360, o próprio presidente do BC teria mostrado ao presidente Lula mensagens recebidas por ele do ministro Moraes, mas supostamente sem relação com a questão do banco Master.

    Negativas Oficiais e Versão Declarada

    Tanto o Banco Central quanto o ministro Alexandre de Moraes negaram que os encontros tivessem qualquer relação com o caso Master ou que tenham envolvido pressão por parte do magistrado. Em nota, Moraes afirmou que as reuniões com Galípolo e com dirigentes de instituições financeiras trataram “exclusivamente” das consequências da aplicação da Lei Magnitsky.

    O ministro foi incluído em uma lista de sanções dos Estados Unidos com base nesta lei em 30 de julho de 2025, com restrições que impactavam suas operações financeiras. As sanções foram removidas em 12 de dezembro.

    Prática Incomum em Perspectiva Internacional

    O episódio traz à tona a prática, considerada comum em Brasília, de diálogo direto entre ministros do Supremo e o presidente da autoridade monetária. Especialistas apontam que, em outros países, como os Estados Unidos, esse tipo de contato entre o chefe do banco central (Federal Reserve) e juízes da Suprema Corte é considerado incomum ou mesmo inexistente, visando preservar a separação estrita entre as esferas monetária e judiciária.

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