Durante o primeiro Fórum de Buenos Aires, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi interrompido por um protesto inesperado. Um homem, identificado como Symon Castro, acusado de ser foragido da Justiça brasileira após ser condenado por participar dos atos de 8 de janeiro de 2023, levantou-se na plateia para fazer um desabafo direcionado ao decano.
O indivíduo, que se encontra na Argentina, relatou estar há três anos longe de seus filhos e direcionou suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos do 8 de janeiro. Afirmou estar sendo acusado sem provas concretas de ter invadido os prédios dos Três Poderes, citando penas de 14 a 17 anos de prisão. “Existem pessoas de bem no meio do dia 8, sim. E que não cometeram [crimes]”, declarou, dirigindo-se a Gilmar Mendes.
“O senhor tem feito um bom papel. Mas Alexandre de Moraes acusa outros que estão aqui no nosso meio de 14 a 17 anos de prisão sem nem ter prova de que entraram dentro dos prédios”, disse o rapaz.
O protesto foi registrado pelo próprio homem com um celular. Ele agradeceu a oportunidade de se expressar, classificando o momento como “a verdadeira democracia”. Após a intervenção, seguranças o retiraram do local, e o evento – uma edição do chamado “Gilmarpalooza” – foi retomado por André Esteves, dono do BTG Pactual. Testemunhas relataram que Gilmar Mendes não demonstrou reação aparente ao incidente.
A transmissão oficial do evento, feita pelo canal do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), foi interrompida durante o protesto e normalizada após a saída do foragido. De acordo com a apuração da CNN Brasil, outros dois procurados pela Justiça pelos mesmos acontecimentos de 8 de janeiro também estavam presentes no fórum e haviam se credenciado usando seus nomes reais. Assista:
🚨Symon Castro, réu do 8 de janeiro exilado na Argentina, interrompeu um debate no evento do ministro Gilmar Mendes em Buenos Aires: “O senhor tem feito um bom papel. Mas Alexandre de Moraes acusa outros que estão aqui no nosso meio de 14 a 17 anos de prisão sem nem ter prova de… pic.twitter.com/a0zWweO8di
— Pri (@Pri_usabr1) November 7, 2025