Em declaração à CNN na quarta-feira, 4 de setembro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro classificou o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “ficção”. A afirmação foi feita durante a cobertura do segundo dia de julgamento do caso que apura alegações de um suposto plano de golpe de Estado, em análise pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Michelle Bolsonaro afirmou que o processo está “marcado por ilegalidades e quebras do devido processo legal”. Em suas declarações, caracterizou a condução do caso pelo STF como “mais um capítulo da ficção” e criticou o que descreveu como silêncio de setores da mídia, autoridades e organizações perante as irregularidades que alega existir.
“A verdade é que esse processo está tão marcado por ilegalidades e quebras do devido processo legal que o julgamento será apenas mais um capítulo da ficção que ele representa. É mais uma pedra no apedrejamento de injustiças a que a minha família e tantos outros brasileiros de bem estão sendo expostos”, declarou.
E complementou:
“Pior do que qualquer expectativa em relação ao julgamento é ter que suportar o silêncio, a inércia e a omissão de detentores de poder, de integrantes da mídia e de membros de organizações, que dizem lutar pelos direitos fundamentais, e que se calam diante de tantas irregularidades.”
O julgamento está previsto para ser retomado na terça-feira, 9 de setembro, com a leitura do voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Os votos dos demais ministros que compõem a Turma estão programados para as sessões de quarta-feira (10) e sexta-feira (12).
Sobre a possível presença do ex-presidente no tribunal, Michelle Bolsonaro informou que, por motivo de saúde, ele não deve comparecer, mas não há uma decisão definitiva. “Ele não deve comparecer ao ‘teatro’ que está ocorrendo no STF justamente por causa de seu estado de saúde, mas não há nada definitivo sobre isso”, disse.
A ex-primeira-dama relatou que o estado de saúde do ex-presidente permanece frágil e requer cuidados contínuos. Ela associou a condição atual às sequelas do atentado a faca sofrido por Bolsonaro em 2018, durante a campanha eleitoral, e às cirurgias realizadas desde então, além de citar os efeitos do estresse decorrente de decisões judiciais.