Afastado dos trabalhos presenciais da CPI do Crime Organizado por licença médica, o senador Magno Malta (PL-ES) protocolou dois requerimentos que visam um intercâmbio da comissão com El Salvador. As propostas incluem a realização de uma viagem oficial de parlamentares ao país e o convite para que o presidente Nayib Bukele participe de uma sessão da CPI.
A iniciativa reflete a visão de Malta e de outros políticos de direita, que enxergam no governo Bukele um modelo a ser estudado em matéria de segurança pública. Conforme justificativa de sua equipe, o objetivo da missão técnica é conhecer in loco as medidas do “Plano de Controle Territorial” salvadorenho, responsável pela prisão de mais de 78 mil integrantes de facções criminosas desde 2022. O programa também é citado pelo fortalecimento do sistema prisional e pela retomada do controle estatal em regiões antes dominadas por grupos armados.
O roteiro da diligência, de acordo com a proposta, possibilitaria aos membros da CPI reuniões com autoridades locais, uma visita ao Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot) – emblemática megaprisão da política de “tolerância zero” – e debates com parlamentares e especialistas.
O segundo requerimento formaliza o convite ao presidente Bukele para que relate suas experiências diretamente aos parlamentares brasileiros, seja de forma presencial ou por videoconferência. A expectativa de Malta é que o depósito do líder salvadorenho possa oferecer subsídios valiosos para a elaboração de políticas públicas e projetos de lei no Brasil.
Vale ressaltar que o senador capixaba permanecerá oficialmente de licença médica até 30 de novembro. Nesse período, nas atividades presenciais da CPI, ele está sendo substituído pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). Contudo, sua assessoria afirmou que Malta continua acompanhando e, dentro de suas possibilidades, participando dos trabalhos da comissão.