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    Revista americana The Economist não recomenda reeleição de Lula: “Muito arriscado”

    Em editorial publicado nesta terça-feira, 30 de dezembro de 2025, a revista britânica The Economist avaliou o cenário político brasileiro, focando na intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de buscar a reeleição em 2026. A publicação argumenta que a principal razão para Lula, que completará 81 anos em outubro de 2026, reconsiderar a candidatura seria sua idade avançada.

    O texto cita o caso do ex-presidente americano Joe Biden como um exemplo dos riscos políticos e institucionais associados a mandatários de idade avançada, mesmo reconhecendo que Lula aparenta estar em melhores condições físicas. A revista menciona problemas de saúde recentes do presidente, incluindo uma cirurgia cerebral em dezembro de 2024 após uma queda. Caso reeleito, Lula deixaria o cargo aos 85 anos.

    “Apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso no poder por mais quatro anos. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo”, afirma a publicação.

    Críticas à Gestão e Cenário Político

    O editorial também critica a política econômica do governo, descrita como pouco ambiciosa e excessivamente dependente de programas de transferência de renda, embora destaque positivamente a aprovação da reforma tributária simplificadora. “As políticas econômicas de Lula são medíocres. Elas se concentram principalmente em auxílios aos pobres”, diz o texto.

    Apesar das críticas, a revista reconhece que Lula permanece como favorito devido à falta de adversários competitivos no campo do centro e da esquerda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é citado como um nome cogitado, mas considerado sem apelo eleitoral suficiente. A publicação aponta que Lula não preparou um sucessor viável, desestimulando outras candidaturas.

    Aprovação e Rejeição

    A revista menciona uma pesquisa Datafolha de junho de 2025, na qual 57% dos entrevistados disseram que Lula não deveria buscar a reeleição, contra 41% favoráveis. Um levantamento de dezembro do mesmo instituto mostra a avaliação do governo como boa ou ótima para 32% da população, ruim ou péssima para 37%, e regular para 30%.

    Alternativas na Direita

    No campo da oposição, o editorial avalia que o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém influência e tenta transferir seu capital político para o filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), candidato declarado. A revista, no entanto, considera Flávio “impopular, ineficaz e quase certamente perderia uma disputa contra Lula”.

    Como alternativa mais competitiva, a publicação aponta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece melhor posicionado nas pesquisas e representaria uma opção mais jovem e com maior compromisso institucional.

    The Economist conclui sugerindo que Lula consolidaria seu legado seguindo sua promessa original de não buscar a reeleição. Caso isso não ocorra, acredita que caberia à direita se reorganizar em torno de um nome capaz de superar a polarização recente.

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