Site icon Tribuna de Brasília – Notícias do DF e do Brasil a um clique

Moro defende condenação de Daniel Silveira e diz que indulto foi “desproporcional”

Moro defende condenação de Daniel Silveira e diz que indulto foi "desproporcional"

Foto: reprodução/redes sociais

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, criticou o indulto presidencial oferecido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na noite da última quinta-feira (21). Para o jurista, trata-se de uma medida “desproporcional”.

“O deputado se excedeu nas palavras. Ele proferiu ameaças e incitação à violência, isso não está protegido pela liberdade de expressão. E ali teve o processo”, disse Moro durante uma entrevista ao portal UOL e ao jornal “Folha de S. Paulo”, na segunda-feira, 25.

Para o ex-juiz da Lava Jato, contudo, a pena aplicada pelo STF ao deputado, de quase 9 anos de prisão em regime fechado, foi “excessiva, com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal”, afirmou Moro.

Quanto ao contexto do processo, julgamento, condenação e oferta de indulto, Moro disse que houve uma “sucessão de erros” que terminaram resultando na decisão do presidente Jair Bolsonaro pelo perdão ao deputado federal.

“Isso gerou uma vulnerabilidade”, disse o ex-ministro. “E o indulto vem nessa sucessão de erros. Tem vários erros sendo cometidos ali e que não fazem bem para a democracia e para as instituições”.

Moro, por fim, defendeu a condenação de Daniel Silveira, argumentando que o indulto presidencial deveria ter sido apenas parcial, o que, na prática, não livraria o deputado de disputar às eleições deste ano, quando pretende se lançar ao Senado Federal pelo Rio de Janeiro.

“Poderia, talvez, ter dado um indulto parcial para a diminuição da pena do deputado, em vez de uma anistia total”, disse Moro. “Uma anistia total me parece desproporcional aos ataques que ele fez ao Supremo Tribunal Federal.”

Exit mobile version