O presidente Jair Bolsonaro, que vem sendo alvo de críticas por parte da oposição em relação aos recursos enviados para o socorro da população vítima da tempestade que atingiu o Sul da Bahia, usou as redes sociais nesta quinta-feira (30) para explicar o motivo pelo qual o Brasil recusou uma ajuda oferecida pela Argentina.
Segundo Bolsonaro, o governo argentino ofertou a ajuda de apenas 10 voluntários para trabalhar no Brasil, os chamados “capacetes brancos”, que são pessoas deslocadas para áreas de ações humanitárias.
“Em contato com o @ItamaratyGovBr, a Chancelaria Argentina ofereceu assistência de 10 homens (‘capacetes brancos’) para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada pelas enchentes na Bahia”, afirmou o presidente.
“O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da @marmilbr. @exercitooficial”, completou.
Segundo Bolsonaro, portanto, o fato do governo Brasileiro ter recusado a ajuda da Argentina foi porque o governo já havia enviado recursos para a Bahia.
No entanto, a mensagem do presidente também parece deixar nas entrelinhas que, na verdade, a recusa se deu por causa da impressão de que o número de voluntários oferecidos pela Argentina, bem como os serviços por eles oferecidos, faria pouca ou nenhuma diferença no local.
É possível fazer essa interpretação, também, porque logo na sequência o presidente informou que o Brasil aceitou a ajuda do Japão, onde destacou a doação de vários utensílios importantes para o tipo de tragédia na Bahia. Em outras palavras, como se estivesse querendo mostrar a diferença na oferta de recursos dos dois países.
“Ontem, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA): são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro.”