O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar indiretamente o episódio do dia 7 de setembro, quando milhares de apoiadores foram às ruas em apoio ao governo, totalizando cerca de 400 mil pessoas apenas em Brasília, segundo levantamentos da época. Para o chefe do Executivo, a esquerda torcia para que ele saísse das “quatro linhas” da Constituição.
“A esquerda torcia para que eu eu saísse das quatro linhas”, disse o presidente durante entrevista na “Hora do Strike”, da rede Jovem Pan. “Tenho que ter juízo”, frisou Bolsonaro, afirmando em seguida que “uma canetada errada minha, as consequências são muito danosas para milhões”.
“Está autorizado a fazer o quê?”, questionou o presidente ao lembrar do público na Avenida Paulista e na Esplanada dos Ministérios, que em 7 de setembro gritou “eu autorizo”. “Quais as consequências de uma medida que eles queriam que eu tomasse? Ficaria dois ou três dias no braço do povo. E depois?”, completou Bolsonaro.
Assim, Bolsonaro voltou a defender a sua mudança de postura a partir de 9 de setembro passado, dando a entender que a sua intenção é realizar mudanças no país a partir da indicação de novos ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF), bem como da eleição de novos nomes para a Câmara e o Senado.
“Vamos supor que eu venha candidato e me reeleja, eu vou ter quatro no Supremo que têm uma forma de pensar muito semelhante à minha. A gente muda o Brasil”, afirmou o presidente, que também citou a abertura de duas vagas para o Superior Tribunal de Justiça no ano que vem.
“Alguns querem rapidez em certas decisões, não dá certo isso. Porque os problemas que viriam, não apenas internos, teríamos os problemas externos também. A renovação vai acontecendo, peço paciência, né”, concluiu o presidente da República.